Luanda - O Serviço de Investigação Criminal (SIC) angolano deteve três cidadãos chineses pelo rapto de dois conterrâneos seus e um angolano, pelos quais pediram aos familiares o pagamento de um resgate de um milhão de dólares (843 mil euros).

Fonte: Lusa

Uma nota de imprensa do SIC, a que a Lusa teve hoje acesso, refere que a ação foi possível através de um trabalho de inteligência investigativa, que culminou com o desmantelamento da rede.

 

Os implicados, com idades compreendidas entre os 30 e 36 anos, raptaram na via pública, na manhã do dia 27 de agosto, no município de Belas, bairro Zona Verde, o casal chinês, de 53 e 51 anos, bem como o seu tradutor, de 31 anos, cidadão angolano, que mantiveram por 20 horas em cárcere privado.

 

Após o rapto, os acusados exigiram aos familiares das vítimas que se encontram na China um resgate que deveria ser transferido para a conta da esposa de um dos presumíveis autores que se encontra no país asiático. Posteriormente, pediram transferências para uma conta angolana.

 

Enquanto aguardavam pelos movimentos bancários exigidos, os acusados de forma a pressionarem os familiares mandavam fotos dos raptados "algemados, amarrados, barbaramente torturados, apresentando hematomas bem visíveis".

 

A nota sublinha que com a pressão psicológica, os familiares efetuaram a transferência equivalente a um milhão de dólares (843 mil euros) e um dos detidos fez uma transferência de quase quatro mil euros para uma conta angolana.

 

O diretor do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da delegação provincial de Luanda do SIC, Fernando de Carvalho, disse à Lusa, que o dinheiro em kwanzas está cativo. Já no que respeita à transferência feita a partir da China, as autoridades angolanas estão a trabalhar com a embaixada da China para a restituição às famílias das vítimas.

 

Uma das vítimas encontra-se internada num hospital chinês, localizado no condomínio Jardim de Rosas, com três costelas fraturadas.

 

No ato de detenção, os acusados foram encontrados com uma pistola, de marca Makarov, com cinco munições, uma faca, uma catana, quatro telemóveis de diversas marcas, uma tela de marca Transcend de cor branca, um passaporte chinês e um cartão multibanco.

 

Os suspeitos, de nacionalidade chinesa, são acusados dos crimes de rapto, com agressão física e cárcere privado.