Luanda - PONTO PRÉVIO: Assoberbados com relógios de ouro e diamantes, que custam fortunas colossais, os dirigentes angolanos ainda não perceberam que os emigrantes da África Ocidental e os investidores do Médio Oriente têm todo o tempo do mundo para a concretização do plano secreto que visa cobrir o rosto de Angola com uma burka gigantesca.

Fonte: Club-k.net

"Vocês têm relógios, nós temos o tempo" - provérbio afegão

1. Há 20 anos, quando foram expulsos por forças ocidentais lideradas pelos Estados Unidos, os extremistas islâmicos do grupo Talibã, que detinham o poder no Afeganistão, deixaram um recado para os americanos: "vocês têm relógios, dos melhores do mundo, mas nós temos o tempo, todo o tempo do mundo".

 

A invasão do Afeganistão foi o passo decisivo para a caça ao líder da Al Qaeda, Ossama Bin Laden, que orquestrou os ataques terroristas do 11 de Setembro de 2001, ocorridos em plena luz do dia, no coração da maior potência do planeta. Não havia dúvidas de que a América e o mundo mudariam para sempre.

 

Os Estados Unidos lançaram a guerra contra o terror, apostados não só em punir severamente os autores dos ataques às Torres Gêmeas, ao Pentágono e ao avião que se despenhou em Pittsburgh, como também para derrubar regimes de países integrados naquilo que foi considerado "o eixo do mal" pelo facto de, alegadamente, prestarem apoio a grupos terroristas.

 

Em duas décadas de forte presença de tropas americanas e da Aliança Atlântica, o Afeganistão mudou completamente. Os Talibã foram empurrados para as montanhas inóspitas, Ossama Bin Laden refugiou-se no vizinho Paquistão, onde acabaria por ser aniquilado por forças especiais da CIA, a 02 de Maio de 2011.

 

Os EUA desperdiçaram no Afeganistão alguns bons trilhões de dólares com o objectivo de reerguer o país dilacerado por várias guerras fraticidas. Sob a liderança de três presidentes que se sucederam na Sala Oval, primeiro George W. Bush, depois Barrack Obama e Donald Trump, a Casa Branca convenceu o Congresso a aprovar orçamentos tresloucados para instauração de uma democracia liberal num país extremamente pobre, sem tradições republicanas.

 

Os americanos investiram cegamente na recuperação de uma economia que quase não existia, na formação de forças armadas republicanas e na defesa (?) dos direitos humanos, particularmente dos direitos das mulheres, que chegaram a ganhar postos no governo lado a lado com os homens.

 

Porém, como acontece com todas as soluções impostas de fora, sem alicerces sólidos nem a devida atenção à idiossincrasia dos povos, a presença dos americanos no Afeganistão tornou-se insustentável.

 

2. Donald Trump prometeu e Joe Biden concretizou a retirada das tropas e de todos os funcionários da administração norte americana baseados no Afeganistão. Os aliados da NATO foram apanhados de surpresa e sentiram-se traidos. A operação foi mal preparada e conduzida de forma atabalhoada, reconstituindo imagens humilhantes da retirada em debandada de Saigão, no Vietname de Ho Chi Minh, em meados da década de 1970 do século passado.

 

Agora, no Afeganistão, o Presidente da República foi o primeiro a abandonar o país. As forças armadas formadas pelos americanos claudicaram, rendendo-se às milicias Talibã que desfilavam pela capital como se de numa passeata se tratasse. O pânico instalou-se em Cabul e a cidade ficou petrificada, sob o domínio absoluto dos extremistas islâmicos que tinham sido escorraçados há precisamente 20 anos.

 

Os americanos saíram do Afeganistão cabisbaixos, com os olhos grudados nos seus relógios à prova de choque, mas sem grande utilidade, ante o avanço dos Talibã que têm agora todo o tempo do mundo para controlar a rota do ópio e instaur a versão mais radical da sharia, a lei islâmica que oprime e desvaloriza completamente as mulheres.

 

A vizinha República Popular da China, que têm tradição de não fazer ingerências nos assuntos internos de outros estados, prepara-se para ocupar o lugar dos EUA e celebrar acordos de parceria estratégica com o Afeganistão, avançando com investimentos bilionários na exploração das abundantes reservas de lítio e terras raras.

 

Vinte anos depois do 11 de Setembro de 2001 e passados dez anos desde a eliminação cirúrgica de Ossama Bin Laden, o terrorismo adpotou novas feições e tácticas cada vez mais sanguinárias, com as ramificações do auto-denominado estado islâmico em desdobramentos nos cinco continentes.

3. Lições para Angola

O islamismo, em Angola, está em crescendo à vista desarmada, dominando sectores vitais da economia nacional, como a importação e distribuição de bens alimentares, os sectores da panificação, restauração e hotelaria. Eles controlam a comida dos Angolanos.

 

Embora não esteja formalmente reconhecida pelo governo, a religião islâmica é praticada livremente em todo o país. O número de angolanos que se convertem aos versículos do profeta Maomé não pára de aumentar.

 

Com a crise económica, que se agudiza dia após dia, aumenta igualmente o número de jovens mulheres angolanas casadas com cidadãos de países da África Ocidental, para onde são enviados os seus filhos com o objectivo de lhes proporcionar uma educação estritamente muçulmana.

 

Assoberbados com relógios de ouro e diamantes, que custam fortunas colossais, os dirigentes angolanos ainda não perceberam que os emigrantes da África Ocidental e os investidores do Médio Oriente têm todo o tempo do mundo para a concretização do plano secreto que visa cobrir o rosto de Angola com uma burka gigantesca.

 

A defesa da soberania nacional passa essencialmente pela erradicação da fome e da pobreza extrema que assola milhares de famílias; pela revitalização das micro, pequenas e médias empresas, geradoras de emprego; pelo fortalecimento das instituições democráticas e, acima de tudo, pela melhoria da qualidade do ensino, proporcionando conhecimentos sólidos assentes na ciência, na história e na cultura dos povos de Angola e incutindo nas novas gerações princípios e valores inalienáveis.

 

PONTO FINAL: Haverá sempre relógios de ouro e diamantes para todas as vaidades, mas serão cada vez mais escassas as oportunidades para se recuperar o tempo perdido. Wake up Angola.