Huambo - A circulação nas redes sociais de uma lista com nomes de supostas figuras ligada ao Governo do Huambo, detentoras de várias parcelas de terras na preferia da centralidade de Lossambo Etunda no Município do Huambo, esbulhadas aos camponeses e colocadas a venda para seu beneficio, destapou o véu de um trabalho de investigação realizado pelo portal a denuncia, que Carlos Alberto, seu director, pretendia não torna-lo público, apesar de irregularidades e crimes por si detectados. A fonte que trabalhou pelo portal desde a sua criação, mas que por razões múltiplas viu-se obrigada a abandonar, disse que ao deparar-se com a notícia nas redes sociais, lembrou-se que em Fevereiro último, equipa do portal a denuncia, chefiada pelo seu director, com destino a Menongue, fez paragem por dois dias no Huambo, para um trabalho que envolve camponeses e governo local sobre saque de terras.

Fonte: Club-k.net

Durante a investigação que o levou a contactara várias pessoas, desde entidades governamentais, eclesiásticas, camponesas e autoridades tradicionais, Carlos Alberto, descobriu que o conflito do Lossambo, longe de terminar depois de ter corrido muita tinta, perdura desde 2009. Sem obedecer as regras de expropriação para utilidade publica, da qual foram protagonistas, Ana de Carvalho Chanter e Armando Kapunda, actualmente Governadora de Luanda e Deputado a Assembleia Nacional, então funcionários do Governo Provincial do Huambo, nos cargos de Directora Provincial do urbanismo e administrador Municipal do Huambo, respectivamente, ambos influenciados por Francisco Neto Chilombo, então director do ROTUA, um dos testas de ferro de António Paulo Kassoma, actualmente Director do Gabinete Provincial de obras, pretendendo apossar-se do terreno para fins pessoais e dos seus superiores, sem meios para atingir seus intentos depois de fracassadas tentativas de negociar com os nativos, teria decidido usar a força.


Para merecer o apoio policial para o êxito da acção, foi inventada a farsa de terreno ser propriedade do estado, para facilitar o processo, apoiando-se na impostura de expropriação para utilidade publica com a constituição deste, em reserva fundiária do estado. Resguardando-se no lema, terra propriedade originária do estado, os usurpadores, usaram a força policial que desferiu golpes violentos por via de tortura psicológica, física acompanhada de lançamento de bombas lacrimogéneas contra pacatos camponeses que desesperadamente, opunham-se a destruição de suas lavras com culturas maduras para o sustento, assim como árvores frutíferas. Da acção macabra, activistas de direitos humanos foram detidos, assim como não foram poupados os dois sobas dos Bairros da Etunda e Lossambo, por terem se posicionado do lado dos camponeses durante a contra a expropriação. Para apagar todos vestígios que aludiam o local como terreno comunitário e não reserva fundiária, Akokotos da Ombala foram destruídos e ulembas centenárias, árvores de simbolização do poder tradicional na cultura Umbundu, também foram arrancadas propositadamente, matando a memória ancestral das infelizes comunidades expropriadas.


O túmulo do Soba Muetunda, fundador da Etunda e ícone daquelas comunidades, foi profanado sendo suas ossadas, desterradas para sítio desconhecido até agora, sem o conhecimento e consentimento destas nem da família. O sequestro das ossadas de Muetunda, destruição dos Akokotos e das ulembas, ocorreu numa madrugada, num ritual atemorizador em que os presentes entre membros do governo do Huambo e onze sobas, dos quais, dois regedores um zonal e um da Comuna da Cacilhas. No ritual, foram abatidas galinhas brancas e outros animais que depois de confeccionadas no local, todos presentes tiveram de comer da sua carne acompanhado com vinho tinto distribuído durante o estranho culto. Terminado o ritual, por volta das duas horas de madrugada, os restos mortais de Muetunda, foram colocados em uma pequena urna funerária e transportada para um local secreto que o governo do Huambo esconde da família e das comunidades, até a presente data, passados doze anos. Depois do ritual, numa reunião restrita da qual participaram alguns membros do Governo e dois regedores, ficou combinado que qualquer reivindicação sobre o terreno expropriado e as ossadas do soba fundador, seria conotada a UNITA, para que as forças de defesa e segurança, se envolvessem afincadamente para a neutralização dos reivindicadores. Para silenciar a opinião publica pela tamanha injustiça, todos sobas do Município do Huambo, Igrejas, alguns oficiais do SIC, comandantes de esquadras policiais, oficiais superiores das FAA, procuradores, Juízes, advogados, Padres e alguns membros da sociedade civil influentes no Huambo, foram agraciados com terrenos mesmo sem terem solicitado, na criada reserva fundiária do estado.

Os dirigentes da Direcção Provincial da cultura a quem os habitantes do Lossambo haviam se queixado pela destruição dos Akokotos e sequestro dos restos mortais de Muetunda, foram os mais beneficiados com ofertas de terrenos para comprar o seu silêncio diante da violação cultural. O recém destituído, Rei do Bailundo, Kalupeteca, foi corrompido com dois terrenos no Sassonde 2, por ter mostrado sua indignação pela destruição dos Akokotos do Lossambo. Construída a centralidade e o bairro da juventude no terreno expropriado sem obedecer as regras, os funcionários do urbanismo, depois de silenciar as instituições de justiça e outras que pudessem intervir a favor dos camponeses, partiram para a venda dos terrenos que sobravam como se de sua propriedade se tratasse, sem qualquer impedimento. De recordar, que com o mesmo propósito, foram ofertadas parcelas de terrenos mesmo sem terem solicitado, aos Governadores que passaram pelo Huambo como Muteka, Kussumua, Loty, incluindo ministros. O assunto foi tão silenciado, ao ponto da PGR, SIC, Igrejas e sobas, a acusarem os camponeses de mentirosos sempre que solicitassem apoio para defender as suas terras.

A máfia, foi tão extensa, que até a imprensa pública que também foram corrompidas com terrenos, como foi o caso da rádio nacional e TPA, que para defender os benefícios adquiridos, difundiam informações deturpadas, para que as vítimas do esbulho, fossem consideradas pela opinião pública como culpadas. A maquina da máfia devidamente sincronizada entre PGR, SIC, esquadras policiais, TPA, RNA coordenada pelo arquitecto Neto, Procuradores, Nunes Songuile e Marcela, dedicavam-se a detenções ilegais como via de intimidaçãoão de camponeses, mesmo depois do caso ter sido julgado com razão dada aos camponeses, para dar protecção aos documentos fraudulentos passados fora das instituições afins, depois da sentença do tribunal.

Durante os dois dias no Huambo, Carlos Alberto, teve acesso a documentos falsos passados pelos funcionários do urbanismo com datas anteriores ao acórdão do tribunal, resultante do julgamento do dia 28 de Fevereiro de 2020, que conferiu legitimidade aos camponeses como donos dos terrenos da centralidade. Alguns beneficiários de terrenos com documentos falsos e intermediários, aceitaram dar entrevista tendo mostrado como o esquema está montado entre SIC, PGR e os regedores, Hilário e Kuvingua. Carlos Alberto, teve acesso a documentos oficiais que provam como foi montada a falsa constituição do referido terreno em reserva fundiária do estado. No local, várias parcelas de terras em nome de, João Baptista Kussúmua, Ana Paula, ex directora do urbanismo, João Calão e outros membros do governo. Alguns entrevistados, confirmaram que adquiriram terrenos por via de compra, à filha da ex directora do urbanismo e ao Sandambongo, funcionário do urbanismo.

Segundo a fonte que não sabe se ouve pagamentos ou não, assegurou que os implicados, pediram ao jornalista Carlos Alberto, para que a matéria não fosse divulgada para não manchar seus nomes com aproveitamento de terrenos alheios, principalmente a divulgação da destruição dos Akokotos.