Luanda - ANTES. A oposição política angolana era tão fraca que só engolia sapos, ou seja, não protagoniza factos políticos suficientemente forte para colocar o regime em debandada. A oposição era vista no âmbito clientelar, uma oposição que estava nem aí para as críticas social. Também era uma oposição que apesar de competir, não tinha chances de contornar o cenário político e vencer as eleições, sobretudo, convencer a comunidade internacional e os angolanos da classe média e alta.

Fonte: Club-k.net

DEPOIS: No último congresso do partido UNITA, alguns jovens como eu, aproveitou a oportunidade de invadir e pressionar a eleição de Adalberto Costa Júnior. Para nós, ele era a pessoal ideal para nos tirar da mesmice. Quando Adalberto venceu a competição, os que mais se alegraram nem eram os militantes do partido e hoje temos acompanhado a forma como ele é defendido, sobretudo, nas redes sociais. Os principais fazedores de opinião pública estão com ele e isso tem sido o suficiente para contornar os malabaristas do MPLA. Outrossim, Adalberto Costa Júnior inspira confiança e tem sido visto com a esperança para mudança.


Por força da coincidência elegeu como o lema para o 2021- ano da mobilização dos patriotas para alternância e foi mais longe com a ideia de Tripartida ou Frente Patriótica Unida onde estão representados os partidos políticos credíveis como a própria UNITA, o Bloco Democrático, o PRAJA-SERVIR ANGOLA e vão juntando-se algumas figuras carismáticas da Sociedade Civil. Este quadro representa uma viragem histórica e coloca o MPLA no isolamento interno e externo.


Hoje por hoje a nível internacional as opiniões estão divididas entre a continuidade e a ruptura do MPLA. Há quem quer dar-lhe última chance, mas há quem não quer mais, ou seja, se não foi capaz de operar mudanças estruturais no sistema é porque não tem mais nada para dar. O MPLA está esvaziando de conteúdo, os programas políticos falharam redondamente, o Presidente João Lourenço atingiu índice recorde de rejeição social, a oposição, sobretudo, a UNITA cresceu significativamente e os sinais de alternância são conjunturais. Desde o Malawi, Zâmbia, Marrocos e São Tomé e Príncipe assiste-se uma onda de mudanças que poderão surtir efeitos no cenário político angolano depois de 46 anos ininterruptos do MPLA.

O REGRESSO DOS QUE NUNCA FORAM

José Eduardo dos Santos governou Angola de 1979 à 2017, ficou na frente do seu partido até 2018 e foi pelos seus colegas acusado de ser o responsável pela corrupção e gestão danosa.

Seu filho Zenú chegou de cumprir alguns meses de prisão, suas filhas Tchize e Isabel dos Santos tiveram que abandonar o país de forma inesperada. Para algumas pessoas foi uma teatrada e para outras pessoas foi mesmo uma realidade e assim sendo, os mais céticos acreditam que o ditador José Eduardo dos Santos regressou no país com propósito de impor-se no congresso apoiando uma possível candidatura de um marimbondo qualquer que não podemos ainda avançar o nome. Outros defendem que o MPLA pretende fazer o que fez em 1991 e 2001 chamada de reunião da grande família EME, ou seja,uma reconciliação entre as partes desavindas com vista a permitir a manutenção do Poder.


Os riscos destes cenário reside na descrédito total deste partido perante a comunidade internacional,sobretudo, no âmbito do combate à corrupção que foi usado até então para reconquistar a opinião pública internacional. O MPLA encontra-se num dilema sem precedentes históricos e numa luta pela sobrevivência onde os velhos interesses estarão acima dos novos propósitos. Quanto aos partidos na oposição, apela-se resistência, persistência e resiliência porque uma fera ferida nestas condições será capaz de tudo para garantir a sua sobrevivência.