Roma - Se tivéssemos de enquadrar ou classificar o MIREX numa escala de 0 a 20 em termos de desempenho político-diplomático o MIREX não passaria de 2.5 valores, porque é evidente não simplesmente a falta de resultados nos programas que elabora, como também fica claro a inexistência de projectos concretos à vantagens do Estado e das comunidades angolanas no estrangeiro.

Fonte: Club-k.net


A incompetente dinâmica do MIREX é do conhecimento público, a má organização da instituição é um dos grandes motivos do mau funcionamento das Embaixadas e dos Consulados angolanos, e a Senhora Elsa Vicente (Chefe do Departamento dos Recursos Humanos do MIREX) constitui um dos principais eixos do fracasso do Ministério, tem usado o Departamento para promover seus amigos, familiares, fazer corrupção e tráfico de influências.


Elsa Vicente “tomou de assalto” o Departamento dos Recursos Humanos do MIREX, faz o que lhe apraz, viola os Estatutos e o Ministro Téte António não faz nada. Praticamente todos os sectores e departamentos do MIREX estão na mesma condição de desordem e ineficiência, mas o Departamento dos RH é um sector vital, se este departamento não funciona pouco se pode esperar dos outros departamentos.


É lamentável termos um MIREX que institucionalmente é muito estático, projectos e trabalhos sérios não conseguem fazer, por dentro as coisas só regridem, há cada vez mais reclamações e vazamento de informações por parte de funcionários descontentes, o Ministério perdeu peso e status, e queiramos ou não o MIREX está em rotura institucional, e essa rotura se alastra e o Governo continua ignorando a situação.


Pouco se pode esperar do MIREX enquanto as coisas estiverem do jeito que estão: sem ordem, sem uma direcção competente e focada, sem metas, sem perspectivas, sem ideias projectuais comum de trabalho e sem objectivos a breve, médio e longo prazo. O que se vê é que no MIREX o focus dos dirigentes está apenas em sobrefacturar, pra não falarmos dos diplomatas que inventam “despesas fantasmas” e obras nas Embaixadas com o intuito de porem parte do dinheiro do Estado nos seus prórpios bolsos e contas pessoais. Tácticas da corrupção.


O MIREX está sem Autoridade Ministerial, os directores de gabinetes e de departamentos deram lugar a “anarquia institucional”, e no Exterior os Embaixadores criaram novas “técnicas de roubo” para falir duas vezes mais o País. O que eles estão fazendo? O que acontece é o seguinte: muitos dos nossos Embaixadores fazem o Governo transferir grandes quantidades de euros/dólares em contas de cidadãos estrangeiros (europeus, americanos, e outros), depois os proprietários das contas pegam no dinheiro e vão transferindo o dinheiro em diferentes contas bancárias que lhes são dados com antecedência pelos nossos própios Embaixadores.


Toda Embaixada ou Consulado possui uma, duas ou três contas bancárias, e essas contas servem mesmo para questões de movimentações financeiras, mas a grande realidade e verdade é que muitas das tranferências de centenas de milhares de dólares e euros carimbadas a título de ordinante: Governo da República de Angola, são transferências destinadas à contas bancárias de terceiros (estrangeiros) em vez de serem canalizadas paras as contas das nossas próprias instituições diplomáticas.


É muito roubo, membros do Governo estão envolvidos no esquema, vários empresários, generais, comandantes, dirigentes e políticos angolanos fazem sair dinheiro do País usando as nossas Embaixadas e Consulados, então poderíamos chamar isso de “crime organizado”, onde influentes dentro do aparelho do Estado usam o poder estatal para legitimar uma coisa que de legítimo não tem nada.


O roubo é maior do que se pode imaginar, a coisa não pára por aí, esta prática é constante, acontece o tempo todo, e de forma regular as Embaixadas angolanas estão sempre em reestruturação mesmo estando já tudo bem arquitetado, essas restruturações inventadas dentro das nossas Embaixadas servem como justificativas para mais envios de montantes de dinheiro, é tudo corrupção e sobrefacturação.


O MIREX está perdido, dessa administração pouco se pode esperar, diplomatas vivem saqueando o Estado, e nas facturas das Embaixadas acrescentam outras despesas pessoais juntamente com aquelas despesas por eles inventados, tendo como único objectivo sobrefacturar. Dificilmente encontrareis um só Embaixador angolano que não esteja ligado nas especialidades das técnicas da sobrefacturação.


Portanto a falta de Autoridade Ministerial criou roturas profundas dentro do MIREX, Téte António não é um líder diplómático capaz de criar consenso dentro do Ministério. Diplomatas precisam ter a capacidade de congregar e agregar os funcionários e os departartamentos da instituição numa única direcção dos projectos e objectivos do Ministério. Téte António devia ser um líder com “mão de ferro” (aquele que diz: o programa da instituição é este, as metas atingir são estas, então vamos todos trabalhar para concretizar os objectivos da instituição), devia ser aquele tipo de líder capaz de tomar decisões difícies sem exitar, em vez disso o Ministro faz-se passar de “cordeiro, de tolerante e de bom samaritano”, mas em diplomacia a “mansidão deliberada” não produz resultados, são as dinâmicas e as estratégias diplomáticas que catapultam e dão prestígios à instituição e ao programa de política externa do País.


Tecnocratas diplomáticos são vistos como líderes “perfeitos”, porque esses trabalham apenas com resultados, com esses os resultados são infalíveis, são esses líderes que o MIREX e as nossas Embaixadas e Consulados precisam, de diplomatas que garantam resultados, de diplomatas que gastem tempo suficiente pensando em como conseguir esse ou aquele acordo a favor do Estado, de diplomatas que traçam projectos eficientes de investimentos, assim são os verdadeiros tecnocratas diplomáticos, jamais pegam num projecto para ser um fracasso, com eles há sempre resultados, é isso que mais importa, sobretudo quando se está numa função política.


N.T: O Projecto do MIREX em inserir quadros angolanos nas organizações internacionais foi um fracasso total


Eu e a Diplomacia, a Diplomacia e Eu

Elite Intelectual Diplomática

Por Leonardo Quarenta – O Diplomata

PhD em Direito Constitucional e Internacional