Lisboa - Dentre os lideres e entidades africanas com quem a embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) nas Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, abordou nesta sexta-feira (24), em Nova Iorque, o Presidente de Angola João Manuel Gonçalves Lourenço, foi o único com quem a diplomata abordou questões sobre respeito dos direitos humanos.

Fonte: Club-k.net

Ao postar no seu “Tweet” acerca da sua agenda diplomática, a representante norte americana refere que a nível de África teve encontro com o Presidente da Namíbia, Hage Geingob, com o Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari, com o ministro dos negócios estrangeiros do Gabão, Pacome Moubelete-Boubeya. Porém, com os três e em separado, ela escreve que “discutimos o nosso foco comum em questões multilaterais, incluindo a crise climática e a agenda da Mulher, Paz e Segurança”.

 

O Chefe de Estado de Angola, foi o único país com quem a diplomata abordou questões sobre direitos humanos, como ela descreve “Grande encontro hoje com o Presidente de Angola, João Lourenço. Discutimos sobre o nosso diálogo contínuo sobre direitos humanos, bem como a proteção de civis e a prevenção de violações e abusos de direitos humanos na República Centro-Africana (RCA). Estou ansiosa por nossa cooperação contínua na Assembleia Geral das Nações Unidas”.

 

A versão do encontro divulgada pela Presidência de Angola omite a abordagem sobre direitos humanos relatando apenas que “No prosseguimento da sua agenda diplomática em Nova Iorque, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço, recebeu às 14 horas de hoje (hora de Nova Iorque, 19 horas em Angola) a Representante Permanente dos Estados Unidos da América junto da Organização das Nações Unidas, a Embaixadora Linda Thomas-Greenfield. Questões relevantes da actualidade política internacional e o reforço das relações bilaterais Angola-EUA estiveram no centro da conversa”.

 

De acordo com explicações recorrentes, os democratas (desde a administração Obama a Biden) valorizam muito as questões dos direitos humanos nos seus parceiros. No seu discurso na Assembleia Geral da ONU, o Presidente dos EUA Joe Biden homenageou ativistas pró-democracia de Cuba e Venezuela. “Talvez os autoritários do mundo queiram proclamar o final da era da democracia”, advertiu, em referência à repressão dos citados regimes; segundo o presidente, a democracia é mais forte.

 

Joe Biden parabenizou a juventude zambiana por aproveitar o poder do voto durante as eleições de Agosto naquele país que culminou com a eleição de Hichilema.

 

Num artigo intitulado “Por que a administração norte-americana mantém as portas fechadas ao PR João Lourenço?”, o acadêmico e deputado Raul Tati, considera que “desta forma, ficamos à mercê das avaliações que fazem sobre os nossos países em relação ao seu desempenho nos processos de democratização e boa governação, nos Direitos Humanos, Liberdade de Imprensa, eleições livres e justas, prestação de contas e transparência, etc”.