Luanda – Entre nós, já tem sido habitual criticar quando “só se elogia a pessoa depois de morrer”. E acredita-se que tais críticas sejam positivas, pois é consensual a ideia de que as pessoas devem ser homenageadas enquanto estiverem em vida. Todavia, com estas linhas pretende-se apenas revelar ou partilhar neste espaço, o “efeito nostálgico que teve entre muitos ex-estudantes de países africanos a notícia do desaparecimento físico do ex-presidente da República Argelina Democrática e Popular, Abdelaziz Bouteflika”, em sua residência, localizada na zona de “Zéralda-Argel”, no passado dia 17 de Setembro do corrente ano.

Fonte: Club-k.net

Pelo que, foi perceptível através das redes sociais o sentimento de nostalgia causado por esta notícia entre muitos ex-estudantes. Porquanto, durante as duas décadas de gestão do presidente “Boutef”, muitos países africanos “e não só”, tinham como destino de seus estudantes como continuam até hoje, os países do Norte de África, incluindo a República Argelina Democrática e Popular, por meio de acordos de cooperação estabelecidos. Em outros termos, o ex-presidente “Boutef” marcou uma boa geração de quadros africanos porque no período de sua governação, Argélia também acolheu muitos estudantes de outros países de África.


Realmente, para a nação Argelina “e não só”, o período de governação do Presidente “Boutef” ficou marcado por bons e maus momentos. Porém, na tentativa de dar-se um singelo contributo no melhoramento da percepção do Legado que se tem deste ex-presidente Argelino, gostaríamos aqui de realçar alguns aspectos que se acham importantes.


Entre esses apectos tem-se por salientar, a “Segurança”: “no tempo em que muitos estudantes de países africanos se encontravam na Argélia”, isto é, na governação do Presidente “Boutef”, não poucas vezes acontecia que os parentes ligavam a procurar saber como estes estavam por que acabavam de receber alguma notícia de atentado terrorista. E por sua vez, estes ficavam espantados visto que não sabiam de nada, não por que não se importavam em informar-se sobre o local em que se encontravam, mas sim, por que as diferentes cidades em que estes estudantes se encontravam tinham grandes níveis de segurança, embora algumas vezes ter acontecido alguns episódios.


Consequentemente, este estado de segurança veio impulsionar o turismo interno. Isto era visível sobretudo entre os estudantes estrangeiros que Argélia acolhia. De facto, um dos grandes efeitos do ex-presidente Bouteflika, foi de ter conduzido o fim da Guerra Civil do seu país, concedendo amnistia aos grupos extremistas armados que tentavam insistir à Guerra Civil. E isto fez com que o país se abrisse mais ao mundo, acolhendo pessoas de várias partes do globo.


Em consequência disto, em 2013, Argélia foi considerada pela Organização Mundial do Turismo como o Quarto Destino Turístico em África, com cerca de 2,7 milhões de turistas estrangeiros, e ocupa o posto 111 na cena do turismo internacional, segundo o World Tourism and Travel Council (WTTC), isto é, o Conselho Mundial de Viagens e Turismo, com sede em Londres.


Por outra, o sector do Turismo na Argélia, representa 3,9% do volume das exportações, 9,5% da taxa dos investimentos produtivos e 8,1% do Produto Interno Bruto.


Porquanto, neste maior país de África – e décimo maior país do mundo em extensão territorial – muitos estudantes desfrutavam de muitos Destinos Turísticos. Dentre os quais tem-se por destacar evidentemente o deserto do Saara, que é um dos maiores desertos do mundo. Também poderíamos citar como destaque de locais de interesse turístico, a grande Igreja “Notre-dame d´Áfrique”(Nossa Senhora da África) bem localizada em plena capital, Argel, assim como muitas mesquitas históricas; a grande basílica de Santo Agostinho que é muito visitada por Cristãos e não Cristãos na linda cidade de Annaba, a antiga Hipona, que é considerada a quarta maior cidade da Argélia; o Parque Nacional de Djurdjura; outros tesouros culturais e históricos; sem esquecer-se da cidade de Constantino, e Oran, que muitas vezes acolheu as reuniões da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Em fim, são muitos os Destinos Turísticos frequentados pelos estudantes de outros países africanos na Argélia, já no período de governação do presidente “Boutef”.


Neste sentido, segundo uma sondagem de Encuesta Gallup do Índice de Lei e Ordem, que mede a segurança pessoal bem como as experiências pessoais de delinquência e aplicação da lei, Argélia ocupou o sétimo lugar nos países mais seguros do mundo em 2017.


Apesar disso, os argelinos dizem que o sector do turismo ainda precisa de ser mais desenvolvido tendo em conta a grande potencialidade turística do país.


Segundo o Ou.S. New & World Report, a Argélia está classificada entre os 80 países mais importantes do mundo em 2018. Em seu ranking dos países mais importantes que é actualizado todo ano, o semanário elabora uma classificação baseada em vários critérios como negócios, cidadania, influência cultural, património, qualidade de vida ou a possibilidade de turismo.


O Jornal nacional dos Estados Unidos, USA Today, classificou a cidade de “Constantine” – nome dado em homenagem ao grande imperador romano Constantino I, que a construiu e a atribuiu o seu nome – entre as onze cidades para visitar no mundo em 2018. O jornal baseou-se na experiência de Sal Lavallo, uma das pessoas mais jovens que visitou os 193 Estados membros das Nações Unidas.


Paz e Bem*