Lisboa – A posição verificada na nova governadora de Luanda, Ana Paula Chantre Luna de Carvalho, em recorrer regularmente ao ministro das Obras Públicas e Ordenamento do Território, Manuel Tavares de Almeida para tomada de decisões sobre os destinos da cidade capital, faz com que funcionários do GPL, interpretem que a província passou a contar com um “governador sombra” sobretudo para o que diz respeito aos contratos para os negócios de saneamento e drenagens.

Fonte: Club-k.net

Para os contratos de saneamento e drenagem 

Manuel Tavares de Almeida, é o mais influente ministro do governo angolano e muito ligado ao Presidente da República, que é seu padrinho de casamento. A ascendência que exerce sobre a nova governadora de Luanda, é justificada por ter sido ele a propor o nome de Ana Paula Chantre Luna de Carvalho para substituir Joana Lina no Governo Provincial de Luanda. Ana Paula de Carvalho era até então sua secretaria de Estado.

 

Quando Ana Paula de Carvalho nomeada governadora provincial, coube ao ministro Manuel Tavares de Almeida levar-lhe de helicóptero para apresentação da cidade capital. Foi a primeira vez na historia de Luanda, que um titular do GPL lhe-é apresentado os cantos da província por visita área. Os seus antecessores faziam caminhando pelos bairros, por via terrestre.

 

A imprensa angolana (portal https://carasecelebridades.ao) reportou que ambos (ministro e nova governadora) Sobrevoaram  à cidade de Luanda, para aferir o estado da micro e Macro-Drenagem da capital do país.

 

Ao assumir as partas, Ana Paula de Carvalho herdou de Joana Lina problemas de saneamento básico, paralelos a decisão tomada em Dezembro de 2020 de rescisão de contratos de prestação de serviços com as operadoras de limpeza urbana de Luanda, devido à dívida elevada às operadoras. No passado mês de Abril, Joana Lina contratou quatro empresas para se juntarem a outras seis que teriam vencido o concurso público para a recolha do lixo em toda a província.

 

Para reparar os erros de Joana Lina, a sua sucessora Ana Paula de Carvalho anunciou no passado mês de Agosto a contratação de empresas para cada município, para a limpeza das valas de Luanda. A operação foi anunciada como uma ação conjunta com o ministério das obras publicas e ordenamento do território para preparar as condições para intervenção imediata da macro – drenagem e do saneamento da capital.

 

O referido plano de emergencial de intervenção para Luanda, foi apresentado pelo ministro Manuel Tavares de Almeidas tendo na ocasião referido, que o Governo investiu mais de 70 milhões de dólares, para a implementação em três fases do plano emergencial.

 

“O que vamos fazer é limpar as valas de drenagem para que as águas das chuvas possam circular normalmente, e limpar também as linhas de água para que quando vierem as chuvas naturais conduzirem as águas, vamos instalar também sistemas de esvaziamento das lagoas”, disse o ministro.

 

O GPL acolhe uma estrutura “Unidade Técnica de Gestão de Saneamento de Luanda (UTGSL)” que é responsável pelos trabalhos de saneamento da cidade. No lançamento do “plano de emergencial de intervenção para Luanda”, os mesmos não foram mencionados, apesar de em Junho passado um responsável desta unidade Henrique Tavira ter enumerado oito ravinas que eram da responsabilidade da UTGSL, e que a vala de drenagem do Zango, no município de Viana, era a única da responsabilidade do Ministério das Obras Publicas e Ordenamento do Território.

 

Segundo fontes do Club-K, para além da nova governadora não tomar decisão sem consultar o seu antigo ministro, a nível do GPL tem gerado preocupação o facto de os contratos para as prestadoras de serviços de saneamentos e drenagens terem ficado centrados nas mãos da governadora Ana Paula de Carvalho e do Ministro Manuel Tavares, não obstante a ocorrência de concursos públicos.

 

“A verdade é que a senhora governação não decide nada sem ele”, disse uma fonte do GPL, acrescentando que “o Senhor Ministro Manuel Tavares é o verdadeiro governador provincial de Luanda nas questões dos contratos do saneamento, e limpeza das valas de Luanda”.


A mesma apoia o seu argumento o acto do dia 20 de Agosto, em que coube ao ministro Manuel Tavares apresentar o acto do lançamento do Plano emergencial das valas de drenagem da cidade capital que custará dos cofres do Estado 70 milhões de dólares.