Luanda - Esta manha, do dia 15 de outubro de 2021, lancei um texto nas redes sociais no qual dizia que, não haveria de participar da abertura da 5ª Sessão Legislativa da 4ª Legislatura da Assembleia Nacional, por motivos que constam no texto, intitulado: “O Paradoxo da Vida Política.”

Fonte: Club-k.net

Por outro lado, nós os oito (Deputados Independentes não tivemos o convite para participar ao invento; fomos excluídos, sem qualquer justificação por parte da Assembleia Nacional. Contudo, não é estranho, porque existe a cultura de discriminação e do tratamento diferenciado dos Deputados de diferentes Grupos Parlamentares, sobretudo dos Independentes, que não estão integrados em nenhum Grupo Parlamentar.


Todavia, a partir do meu cantinho, em minha casa, pude acompanhar, por Televisão, a Mensagem à Nação. A minha leitura preliminar, fiquei com a impressão de que, a política do MPLA de concentrar os investimentos públicos em «ilhas escolhidas», de interesse do partido no poder, sobretudo em Luanda, continua inalterável. Neste caso específico, as Províncias do Moxico e do Cuando Cubango são as mais prejudicadas. Nesta Mensagem do João Lourenço, as duas províncias, acima referidas, estão na cauda, sem investimentos de realce na saúde, na educação, na água potável, na energia elétrica, nas estradas, na habitação e na agricultura. Há províncias que têm uma incidência quase em tudo, se os dados apresentados forem reais.


A diversificação da economia, com destaque na agricultura, não traz uma visão clara daquilo que foi feito e daquilo que se pretende fazer. Isso acontece igualmente com a «angolanização» do mercado interno, que está totalmente dominado por estrangeiros, quer do mercado formal quer do mercado informal. Não ficou explícito como vai-se erradicar a fome e a pobreza, impulsionar a empregabilidade, potenciar a juventude e promover o empreendedorismo, que tanto foi propalado.


Nada foi dito sobre o Plano Global (master plan) para visualizar como que o país vai sair da crise económica mundial, e como vai-se estruturar após a pandemia da Covid-19. Não se falou mais nada das promessas que foram feitas durante a campanha eleitoral de 2017 sobre o emprego, habitação e a transformação da Cidade de Benguela em Nova Califórnia. O mais intrincado ainda é de não ter dito nada sobre os gastos exorbitantes feitos durante a deslocação a Washington e a Nova Iorque, que deixaram uma nuvem bem carregada.

 

Em suma, percebi que, o «eleitoralismo» continua a ser a linha de orientação das políticas públicas do MPLA, que visa essencialmente distrair os eleitores com promessas falsas.


Luanda, 15 de outubro de 2021.