Eufrazina Maiato falava na abertura do Encontro Nacional que discute a situação do tráfico de crianças em Angola, que apesar de não existirem redes organizadas deve servir de alerta para a necessidade do reforço da vigilância.
 
«É uma acção que acontece de forma velada, é uma acção que acontece no sigilo, os menos de dez casos registados por nós, as crianças são encontradas a quilómetros fora da sua localidade abandonadas pelos supostos traficantes, que percebendo a intervenção das autoridades locais abandonam as crianças. O registo de casos revelam ocorrências de tráfico não de forma sistematizada e organizada mas, alertam-nos sobre a necessidade de reforçar as estruturas de vigilância».

A directora do Instituto Nacional da Criança destacou, na ocasião, o trabalho coordenado que está a ser realizado para impedir todas as tentativas de tráfico de menores.

«Começamos há alguns anos na província do Cunene com o alerta de que na fronteira de Santa Clara crianças provenientes de outras províncias encontravam-se envolvidas em práticas que de uma forma voluntária ou coagidas podem também representar tráfico. Evidências na província de Cabinda, 2, 3 casos frustrados em relação à República Democrática do Congo e um caso que se consumou na província de Cabinda para Luanda.

Continuamos à procura de duas crianças que da província do Moxico os vizinhos alertaram e fomos com a Cruz Vermelha, as redes de protecção, a Polícia Nacional, para facilitar a procura de duas crianças que até hoje ainda não temos o resultado, a província do Zaire é uma das mais afectadas».

O INAC reúne neste encontro sectores governamentais e organizações da sociedade civil para reflectirem durante os dois dias sobre o conceito e práticas de tráfico infantil, bem como produzir recomendações que contribuirão para a elaboração de um plano de trabalho estratégico comum.

Pretende igualmente que o encontro seja um contributo na erradicação deste mal, que clama por uma rápida intervenção, com vista a eliminação de todos os factores que colocam as crianças em situação de risco como o trabalho infantil, o tráfico e a exploração sexual.

Estão igualmente agendados temas que retratam a situação negativa na vida das crianças envolvidas nas piores formas de trabalho infantil, o que tem um grande impacto na saúde e seu desenvolvimento psico-social.

* AMendes
Fonte:VOA