Luanda — O presidente da UNITA reconhece a pressão que vem sofrendo de todos os lados, mas diz que está fora de questão ser candidato no XIII Congresso do partido a realizar-se de 2 a 4 de Dezembro.

*Coque Mukuta
Fonte: VOA

Isaías Samakuva disse à VOA não existir qualquer impedimento estatutário para que ele seja candidato, mas que, desde 2016, decidiu não mais concorrer à liderança do partido.


Ele explica ter escrito uma carta ao Tribunal Constitucional (TC) por uma questão estratégica, que não pode partilhar na imprensa, e diz que os cépticos devem apenas esperar para ver.

 

“Me deixem em paz”, são as palavras do Samakuva aos militantes da UNITA e cidadãos angolanos que admitem uma possível candidatura dele à liderança do partido.

 

“Não vou concorrer não. Do ponto de vista estatutário não há nada que me proíbe de concorrer, agora, a minha vontade que eu venho exprimindo desde 2016, é que eu mesmo já saí da presidência do meu partido", garante o presidente do segundo maior partido angolano.

 
No entanto, ele acrescenta que "essa questão de me candidatar ou não passa muito na cabeça das pessoas e parece-me ser a base de toda a especulação, mas eu gostaria de dizer que me deixem em paz e mais nada”.

 

Em relação à carta enviada ao TC, Isaías Samakuva esclarece que, numa situação tão conturbada, não pode o seu desejo ser partilhado com o público.

 

“Não vale a pena falar disso, ouço tantas especulações, alguns até já me chamaram de burro, portanto, aceito isso, mas eu sei o que quero atingir, isso é para mim mesmo. O meu desejo, numa situação tão conturbada, não pode vir a público, se calhar até podemos chamar como estratégico, se as pessoas ficam com dúvidas... acham... eles não sabem o que estamos a fazer”, reflecte Isaías Samakuva, concluindo que: “a população deve esperar para ver”.


Isaías Samakuva dirigiu a UNITA desde a morte do fundador do partido, Jonas Savimbi, em 2002 até 2019, quando abandonou a liderança no Congresso que elegeu Adalberto Costa Júnior presidente da organização política.

 

Entretanto, depois do partido ter aceite o acórdão do TC que anulou o Congresso de 2019, ele voltou a assumir a presidência da UNITA que em Dezembro elege um novo líder.