Luanda - O grupo VMD – que carrega as suas iniciais – investiu já milhões de dólares na exploração de ouro desde que obteve licenciamento do Ministério dos Petróleos para desenvolver a actividade, em 2018.
Fonte: VerAngola
Amostras extraídas dos 800 furos realizados pela empresa nas minas da província mais a norte do país foram analisados num laboratório da Namíbia, tendo os resultados confirmado a viabilidade e potencial dos dois campos. A produção experimental rendeu cerca de 45 quilogramas de ouro.
Tendo em conta o sucesso da exploração aluvial e as estimativas das reservas globais, o empresário Valdomiro Dondo procura agora parceiros para a fase de exploração mais exigente em termos de capital, que passa pelo desenvolvimento de maquinaria pesada nos depósitos primários do mineral.
"Parceiros que tenham a tecnologia e estejam interessados em investir em Angola", avança o empresário ao VerAngola, explicando que esta fase requer um investimento na ordem dos 400 milhões de dólares.
Outros investimentos do empresário no país ligados à área das matérias-primas e transformação incluem a exploração de diamantes, na província do Bié, e uma concessão de 3000 quilómetros quadrados para a exploração de 'metais de terras raras' na província do Huambo.
As terras raras são um grupo de 17 elementos químicos que podem ser utilizados em vários dispositivos de alta-tecnologia como ecrãs de televisão e computadores, baterias de telemóvel, carros eléctricos e turbinas eólicas.
Esta expansão dos interesses do Grupo VMD em Angola inclui ainda o sector petrolífero. Em Julho, a empresa foi uma das interessadas em licitar uma licença para a exploração de petróleo no campo onshore na Bacia Terrestre do Baixo Congo.
"Vamos previsivelmente precisar de petróleo num futuro próximo, e este continuará a ser uma parte integral da economia angolana", afirma Valdomiro. O empresário refere ainda acreditar que a necessidade de recursos petrolíferos será uma realidade durante décadas, apesar da tendência para uma transição energética.
Valdomiro Dondo, que chegou a Angola há 35 anos, vindo de São Paulo, no Brasil, tem ainda outros interesses de negócios no país que incluem os transportes urbanos, a saúde, a banca e as tecnologias de informação. Nas últimas três décadas o empresário terá investido mais de 500 milhões de dólares em território angolano.
A transportadora Macon, da qual é proprietário, tem a maior frota de autocarros do país e expandiu recentemente as suas operações para as vizinhas Namíbia e República Democrática do Congo.
Apesar das restrições impostas pela pandemia da covid-19, que afectaram os seus negócios, principalmente o dos transportes e do imobiliário, o empresário continua a acreditar no potencial económico angolano. "Temos estado a reprogramar os nossos investimentos", afirma, acrescentando que a realidade em Angola "é agora muito diferente daquilo que era há três anos atrás".
Com a pandemia a pertencer cada vez mais ao passado, Valdomiro olha para o futuro numa perspectiva positiva, aceitando novos desafios. "Vejo a curva virar em Dezembro", atira. "O Governo angolano tem vindo a levar a cabo reformas, através do programa do FMI, que vão dar segurança ao ambiente económico e estabilidade para um futuro crescimento", acredita.