Luanda - A consultora Oxford Economics Africa considerou hoje que o impacto da pandemia da Covid-19 e o declínio na produção de petróleo vão fazer com que a economia de Angola cresça apenas 0,3% este ano.

Fonte: Lusa

"Prevemos que o Produto Interno Bruto (PIB) de Angola cresça apenas 0,3% este ano, o que compara com uma estimativa de contração de 4% registada em 2020, principalmente devido ao declínio na produção petrolífera e ao impacto das restrições em curso para combater a pandemia", escrevem os analistas.


Num comentário à divulgação dos números do segundo trimestre, enviada aos clientes e a que a Lusa teve acesso, a Oxford Economics Africa salienta que o crescimento de 1,2% de abril a junho deste ano em comparação com o mesmo período do ano anterior "reflete as dificuldades do setor petrolífero, o impacto lento das reformas políticas e o efeito da pandemia da Covid-19".

A economia de Angola registou um crescimento de 1,2% no segundo trimestre deste ano face ao período homólogo de 2022, mas teve uma queda de 2,4% face aos primeiros três meses do ano, segundo dados oficiais.

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), colocados no 'site' no princípio do mês, a economia de Angola registou uma expansão de 1,2% de abril a junho deste ano, o que representa o maior crescimento desde o primeiro trimestre de 2019, ainda antes da pandemia de covid-19, quando Angola tinha crescido também 1,2%.

A subida da atividade económica no segundo trimestre deste ano acontece devido ao efeito muito baixo da atividade económica de abril a junho do ano passado, no período mais acentuado da pandemia, altura em que a economia de Angola tinha caído 8,4%, pelo que o resultado de 1,2%, este ano, não compensa a quebra anterior.

A economia angolana registou no ano passado uma contração de 5,4%, que se segue a quatro anos de crescimento negativo impulsionado pela descida do preço do petróleo desde meados de 2016 e, depois, pelos efeitos da pandemia de covid-19.

O Governo de Angola prevê que a economia do país termine o ano com um crescimento nulo, enquanto o Fundo Monetário Internacional reviu em baixa a perspetiva de crescimento, antecipando agora uma recessão de 0,7% em 2021, o sexto ano de queda consecutiva do PIB.