Luanda - O enredo à volta de processos judiciais envolvendo o Presidente deposto da UNITA, Adalberto Costa Júnior, confunde-se com o clássico da sétima arte, intitulado "Perseguição sem tréguas".

Fonte: Club-k.net

O Estado democrático e de direito está, novamente, prestes a ser tomado de assalto, a julgar pelos fortes indícios de interferências políticas, por intermédio do poder judicial.

Depois da victória dos "Kawikis", que desembocou no afastamento de ACJ da presidência do Galo Negro, a PGR volta a dar uma enorme "galhardete", e dá o dito pelo não dito, protagonizando algumas gralhas e "galhardos". Assim sendo, está praticamente anunciada a machadada contra os pergaminhos do Candidato Único ao Congresso da UNITA, aprazado para o próximo mês.

As quatro TPA's e a mídia associada ao partido no Poder formam o eixo do mal para aniquilar a UNITA e a sua liderança. Fica cada vez mais claro que, os assuntos relacionados com a UNITA e ACJ merecem prioridade dos promotores de justiça no País, e jamais poderão estar pendurados por falta de tinteiro nos Tribunais.

Nos cacifos da PGR repousam um conjunto de processos-crime que lesaram o erário público, e muitos dados por encerrado, mas, no entanto, não mereceram tanta propaganda jornalística, muito menos a indicação de "repórteres presidenciais" para cobertura de tais factos.

Desse jeito, fica subjacente que a mediatização dos passos de ACJ responde uma agenda palaciana e/ou do MPLA. Talvez seja por isso, que até ao momento, os dois órgãos estratégicos do Quatro do Poder (TPA e RNA) continuam bem juntinho à Sede dos Camaradas situada na avenida Ho Chi Minh.

O MPLA está a provocar a ira dos angolanos de bem e que jamais se vendem às "galhardices" de um sistema corrupto até ao tutano. Ao desprender tempo e energias para alimentar "Kawikis e Galhardos", o partido que suporta o Executivo perde o foco de combater à fome e a pobreza, resolução dos problemas sociais básicos e promover boa governação do país.

Em 2022 poderá ser o momento de viragem na cena política nacional, onde espera-se que quem governou mal durante 46 anos venha mudar de posição no tabuleiro político, em nome da alternância do poder e da democracia.

Para a consumação do espírito de unidade e reconciliação nacional, é importante que quem tem a responsabilidade de governar deixe de ditar as regras do jogo, impondo aos outros a sua vontade. Até porque a "perseguição sem tréguas" exige despêndio de recursos humanos, financeiros e de tempo de antena na imprensa, que certamente deveria ser canalizado para outros fins.