Luanda - I - CONSTATAÇÃO : Em Angola, há dois grupos de jornaleiras: o dos que “pensam com cérebro” e o dos que “pensam com o estômago”.

Fonte: Club-k.net

Eis a caracterização dos dois grupos:


1. O grupo dos jornalistas que “pensam com o cérebro”, são os que meramente preocupavam e se preocupam com o bom exercício da sua actividade profissional. Estes respeitam os princípios básicos do jornalismo, pelo que são considerados os autênticos profissionais. São dignos de respeito da sociedade pelo bom trabalho que realizam. Contudo, entre os “jornalistas cerebrais”, há os que exercem a profissão, com o pensamento permanente no alcance de funções do topo da hierarquia; e aqueles que não se preocupam tanto em ocupar funções de chefia. Eles preferem que a sua ascensão na carreira ocorra naturalmente, isto é, que o corolário da avaliação positiva do seu trabalho.

 

2. O grupo dos jornalistas que “pensam com o estômago” integra os interesseiros e/ou bajuladores. Embora ele/elas conheçam os princípios fundamentais do jornalismo, preferem ignorá-los a agradar a quem estiver no poder ou quem tiver capacidade de influenciar a sua nomeação ou manutenção numa função no topo da hierarquia ou numa função próxima a essa posição. Os “jornalistas estomacais” não contribuem para a existência de um jornalismo despido de vícios. Geralmente, esses jornalistas não respeitam os princípios dessa nobre profissão. Além de em alguns casos, ocultarem factos relevantes, noticiam os factos e os números com emplacamento. Outras vezes, reduzem os dados e/ou usam eufemismos, com o fito de evitarem um impacto tão negativo da informação. Isso é feito com base num objetivo egoístico - ser nomeado para um cargo importante ou se manter no cargo que esteja a ocupar.

 

Muitos “jornalistas cerebrais” tiveram de bater com a porta. Foram (e vão) à procura de empresas de comunicação social que lhes permitam trabalhar com mais profissionalismo.

 

É sabido que, na vida, nem todos se preocupam com funções de topo, com casas luxuosas ou imponentes, viaturas sofisticadas e viagens em primeira classe, do mesmo modo que nem todas as mulheres, independentemente das dificuldades que experimentam, estão dispostas a abrir as portas da prostituição. Isso tem muito a ver com a personalidade de cada pessoa.

II - JORNALISMO NEGATIVO
Como a amante de jornalismo e como angolano, vou acompanhado atentamente o que tem ocorrido na comunicação social angolana.

Quanto às empresas de comunicação social, são pouquíssimas as que exercem bem a actividade jornalística. Infelizmente, algumas apenas criticam o poder, devido ao ódio dos seus “profissionais” e/ou comentaristas. Outras vezes, elas são incentivadas ou forçadas por quem as patrocinam. Os motivos ideológicos também as impedem de realizar um trabalho jornalístico laudável. Por outro lado, outras, por diferente motivo, exercem uma má actividade jornalística, por imposição do poder ou por iniciativa e insistência dos responsáveis pela linha editorial, o quais têm interesses económicos e sociais. Amiúde, eles constroem um país paradisíaco, ainda que nunca tenha estado no paraíso. Entretanto, essas duas formas de exercício da actividade jornalística são enganadoras. Além disso, mancham-na e enfeiam-na. Nesses casos, o jornalismo passa a ser uma profissão do poder da mentira, exacerbação, bajulação, ocultação de factos e dados relevantes.

 

Do exposto acima, de uma maneira geral, o jornalismo angolano é mau. Pode ser bom. Depende sobretudo do partido no poder - o MPLA. Depende também da intervenção dos partidos da oposição e da criação de uma autêntica instituição* da comunicação social capaz de acompanhar as actividades jornalísticas, além de ter a capacidade de reprovar atitudes negativas, dirigir críticas, nomeadamente aos conteúdos dos programas, erros linguísticos, divulgação de conteúdo obscenos e perigos em horários proibidos, bem como aplicar sanções aos infractores. 40% do valor das multas serão para essa instituição, 40%, para o Ministério das Finanças e 20% para um escola pública de comunicação social.

 

A inexistência de observações negativas e a não aplicação de multas, devido ao bom desempenho profissional, seria um dos critérios de admissibilidade ao concurso para obtenção de prémios de jornalismo, quer individuais, quer conectivos. Isto quer dizer que os jornalistas e os programas com muitas observações negativas
não podiam concorrer a prémios de jornalismo, no ano da realização do concurso.

 

III - REFLEXÃO CRÍTICA
Já que os jornalistas são profissionais que, por inerência da sua actividade, fazem análise crítica, positiva ou negativa de factos, é muito importante que cada um faça uma análise crítica da forma com tem exercido a sia profissão. Exorto as empresas de comunicação social a analisarem a coerência dos seus “slogans”.

 

Importante dizer que o ódio, chantagem, assédio, bajulação, corrupção, prejudicam o jornalismo de boa qualidade.

 

Por último, digo que me custa aceitar o facto de haver jornalistas erros recorrentes e com mau trabalho, mas ainda assim serem capazes de criticar veementemente políticos e governantes errantes e outras pessoas que exerçam mal as respectivas actividades ou profissões. Ê caso para dizer que as pedras arremessam aos errantes acabamos por os atingir com grande violência.


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* Pode ser o Conselho da Comunicação, passando a ser mais interventivo
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joseca_makiesse

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???????? 22.11.2021