Lisboa - O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, decidiu “congelar” o acto de tomada de posse do recém nomeado governador provincial do Cuando Cubango, que estava programado para as 9h de quarta-feira, por existirem situações que estão a ser tratadas pelas entidades competentes.
Fonte: Club-k.net
TAL COMO ACONTECEU COM A PROVÍNCIA DO CUNENE
Após o anunciou da sua nomeação, José Martins foi convocado para se deslocar a Luanda para o procedimento de tomada de posse agendada para quarta-feira (24), porém, por falta de voo direto no percurso Menongue-Luanda, o novo governador seguiu para a província do Huambo por estrada quando eram 8h da manhã, e chegado a planalto central apanhou um voo com destino a Luanda.
Ao ir apresentar no cerimonial da Presidência da República, José Martins foi interpelado por uma “entidade competente”, que o comunicou sobre o cancelamento da cerimonia que o iria conferir como sucessor de Júlio Marcelino Bessa a frente dos destinos da Província do Cuando Cubango.
Enquanto o recém nomeado governador aguarda por novas orientações, Luanda enviou na tarde de quinta-feira (25), uma equipa de magistrados da Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), a cidade do Menongue, afim de proceder a um levantamento sobre eventuais irregularidades contra José Martins que correm na PGR.
Segundo apurou o Club-K, será com base na produção do relatório a ser produzido pela PGR, que o Presidente João Lourenço irá depois decidir se confere posse ao novo governador ou se revoga o despacho da sua nomeação.
De acordo com apurações recaem contra José Martins, o facto de o seu nome ser citado num esquemas de créditos bancários sem garantias junto do banco BPC na qual uma rede, a si conotada usava nome de camponeses. Eram criadas empresas fantasmas em nome de camponeses, e de seguida solicitavam créditos em nome destes que nunca eram revolvidos.
Devidamente comprovado, José Martins está igualmente implicado numa outra fraude que durante 10 anos levou-lhe a beneficiar de subsídios mensais como alegado deficiente de guerra controlado pelo gabinete provincial dos antigos combatentes e veteranos da pátria na Província do Cuanco Cubango.
José Martins foi nomeado governador do Cuando Cubango depois de um grupo de militantes locais exigir que o próximo governante máximo da província deveria ser um elemento de origem nganguela. O grupo contou com o apoio do grupo de acompanhamento do MPLA, que produziu uma informação acusando o governador Júlio Bessa de ter desviado fundos públicos, ago que seria desmentido pela PGR local.
José Martins era até pouco tempo o administrador municipal do Cuito Cuanavale. Destacou-se nos últimos tempos por fazer apologia a inserção dos Nganguelas em pontos chaves na província, o que lhe valeu conotações de líder de uma corrente tribalista na província.
Em Janeiro de 2020, o Presidente, João Lourenço, viveu um episodio semelhante ao ver-se forçado a revogar o despacho de nomeação de Sérgio Leonardo Vaz para o cargo de governador provincial do Cunene. Lourenço recuou da decisão apoiado em advertências de que contra Leonardo Vaz pesavam antecedentes criminais que decorriam nos tribunais.
Em substituição de Sérgio Vaz , o Presidente João Lourenço, nomeou Gerdina Ulipamue Didalelwa, como nova governadora da província. Gerdina Didalelwa era a Segunda Secretaria provincial do MPLA, membro do Comité Central e viúva do antigo governador António Didalelwa.