Luanda - Teve início em Luanda o XIII Congresso da UNITA com confiança e recados internos e para fora, mesmo depois de um grupo de militantes ter entregue uma providência cautelar no Tribunal Constitucional (TC) para impedir a realização da reunião magna do principal partido da oposição em Angola.

Fonte: VOA

Os seus líderes dizem que que desta vez ninguém vai parar a caminhada rumo à alternância política em 2022.

 

Os 1.150 delegados provenientes de todo o país vão eleger Adalberto Costa Júnior presidente do partido, por ser o único candidato, quem definiu já a sua missão.


"Pretendemos perseguir um objectivo, liderar esse sonho de esperança dos angolanos de viver melhor e a UNITA vai cumprir a sua missão de materializar a alternância e o bem estar para os angolanos", afirmou.

 

A ameaça de uma vez mais ver o congresso anulado paira no ar, por via de uma providência cautelar que está no TC apresentada por sete militantes que não vêem com bons olhos este congresso, no qual não participam por terem sido suspensos.

 

Na abertura do congresso, o presidente Isaías Samakuva deixou recados para dentro.

 

"Consolidar estratégias que nos permitam sair das águas turvas e lodosas de suspeições e acusações gratuitas e consolidar a unidade e a coesão interna do partido, sem deixar ninguém de fora", afirmou Samakuva, que no entanto reconhecer ser uma tarefa muito difícil.

 

"Não será fácil pela situação em que nos encontramos, vamos necessitar de coragem para nos olharmos olhos nos olhos, humildade para colocarmos de lado os egos, largar as emoções e ambições, patriotismo para colocarmos o interesse colectivo acima das legítimas aspirações e estratégias de grupo", pediu.

 

Neste primeiro dia, também houve recados para fora.

 

Ernesto Mulato, em dos históricos do partido, garantiu que"não há formas de parar a UNITA, não vale a pena outras manobras, agora que o congresso arrancou, vai mesmo para frente, não mais vai parar".

 

O porta-voz do congresso, Anastácio Sicato, garante que desta vez não haverá brechas para o Tribunal impor a sua vontade porque “o congresso está a ser feito dentro da legalidade".

 

Para ele “os tribunais funcionam em nome do povo e o bom senso nunca poderá parar este congresso, os factos estão aí, os delegados estão prontos para devolver a presidência a Adalberto Costa Júnior, o Tribunal Constitucional fica sem espaço de manobra".

 

Este congresso acontece depois de a 7 de Outubro o Tribunal Constitucional ter anulado o Congresso de 2019, em que Costa Júnior foi eleito presidente, alegadamente por, na altura, ele ter dupla nacionalidade.