Lisboa - Isaías Henriques N'gola Samakuva, dirigente histórico da UNITA, declinou um recente convite de João Manuel Gonçalves Lourenço para participar na cerimónia de abertura do VIII Congresso do MPLA, que aconteceu esta semana em Luanda. Um outro convite foi também enviado a Adalberto Costa Júnior, a quem desta vez, o líder do MPLA não saudou pela sua reeleição, tal como o fez em 2019.

Fonte: Club-k.net

PARA PARTICIPAR NA CERIMONIA DE ABERTURA DO CONGRESSO DO MPLA

A rejeição por parte de Isaías Samakuva, conforme ventilações no interior da UNITA, terá sido baseada em dois argumentos a saber:

 

- Uma vez convidado o “Presidente eleito” da UNITA, não faz sentido haver um convite extensivo ao “líder cessante”.

 

- Suspeitas de que o convite a Samakuva fosse um segundo “embuste” semelhante ao que foi feito da tomada de posse no Conselho da República, em que João Lourenço fez declarações interpretadas pela UNITA como interferência aberta na vida interna do maior partido da oposição, desejando-o que ficasse neste órgão. "O Comité Permanente considerou essas palavras insultuosas, maliciosas e provocadoras, vindas de um homem que confunde a sua função de chefe de Estado com o papel de presidente do seu partido" refere o comunicado da UNITA, datada de 28 de Outubro.

 

"Ademais, pensar que humilhando o presidente Samakuva se consegue fomentar uma rebelião interna é não conhecer a UNITA. Tenha o nome que tiver o presidente da UNITA, ele será defendido por todos os militantes do partido", salienta o documento.

 

Adalberto Costa Júnior, também não se fez presente – na abertura do congresso do MPLA - mas despachou uma delegação constituída pela vice-presidente Arlete Leona Chimbinda e pelo líder da bancada parlamentar, Liberty Chiaka.

 

Segundo soube o Club-K, a UNITA concluiu que foi oportuno que os seus dois altos dirigentes (Isaías Samakuva e Adalberto Costa Júnior) não terem ido pessoalmente na cerimonia de abertura do congresso do MPLA, uma vez que tomaram conhecimento de ocorrência de falhas de protocolo. Algumas entidades convidadas, inclusive diplomatas tiveram problemas de acomodação quanto aos lugares para se sentar. A delegação despachada, por exemplo só conseguiu sentar depois da intervenção de um deputada do MPLA, Emília Carlota Sebastião Celestino Dias ter identificado a vice-Presidente da UNITA, e por sua vez ajudou esta a ter um lugar para que  pudesse se sentar.

 

Para além  da UNITA, estiveram presentes a CASA-CE e o PRS representados pelos seus presidentes. O MPLA, quando convidado para congressos dos partidos da oposição, despacha quadros de segundo escalão.


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