Luanda - A última audiência de julgamento do “caso IURD” ouviu um dos queixosos do suposto crime de burla por defraudação, Nuno Graciano, 41 anos, que disse ser membro e “dizimista” da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola há 16 anos.

Fonte: Club-K.net

Na sessão de julgamento desta quarta-feira, 15, na 4ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda (TPL), Nono Graciano afirmou que durante vários anos foi um fiel "dizimista", que para além desse compromisso teria doado à Igreja Universal do Reino de Deus em Angola duas viaturas em acto especial, que a IURD em Angola realizava todos os anos – conhecido como “fogueira santa”.

O também empresário fez saber ao tribunal que, em 2004 doou dois mil e quinhentos dólares, sendo que no ano seguinte ofereceu à IURD 17 mil dólares norte-americano e mais quatro viaturas cujas marcas não foram reveladas e em 2016 fez o mesmo processo, doando à igreja mais de 79 mil dólares e ainda no mesmo ano revelou ter dado voluntariamente mais 16 mil USD.

Nuno Graciano disse ao juiz da causa Tutti António que actualmente faz parte do conselho de direção da IURD em Angola da “ala reformada”, tendo acrescentado que “é amigo do bispo Valente Bizerra Luís, que decidiu se desligar das doutrinas de Edir Macedo”.

Questionado se no acto da doação não foi coagido, a suposta vítima respondeu que não, tendo sustentado que “o sacrifício na fogueira santa era comparada como jogo de azar e que não tinha efeitos”. Disse também que foi nomeado como conselheiro da “ala reformada” pelo facto de ter um poder financeiro no clero.

Entretanto, os advogados de defesa da “ala brasileira” solicitaram ao tribunal que se anexasse à documentação das viaturas e terrenos tal como faz menção o declarante.

Diante do tribunal, a defesa dos réus, disse que o declarante Nuno Graciano, testemunhou publicamente no altar da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, “foi um alcoólatra, frequentava discotecas e que tudo era difícil antes de ter se convertido a igreja”, mas o declarante negou, argumentando que o vídeo teria sido manipulado.

O julgamento reata nos dias 12, 13, e 14 de Janeiro de 2022, na 4ª Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda (TPL).