Luanda - O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse esta quarta-feira que brevemente vai ser criado um fundo para financiar um programa cujo objetivo maior é eliminar a pobreza extrema e reduzir a pobreza absoluta até final da legislatura.

Fonte: Lusa

"Vamos criar brevemente um fundo, para financiar o programa MAIS, para além das propostas que estão alocadas no Orçamento do Estado, queremos contar com a ajuda de todos, sem exceção, o país só tem a ganhar com isso, estamos comprometidos e engajados é um designo nacional reduzir a pobreza absoluta e eliminar a pobreza extrema", disse Correia e Silva.


O governante falava, na cidade da Praia, durante o ato de apresentação do programa MAIS - Mobilização pela Aceleração da Inclusão Social.


"Programa MAIS é um projeto que prevê reforçar um pacote forte de medidas dirigidas às famílias, às crianças, aos jovens, às mulheres, aos idosos e às pessoas com deficiência orientadas para a eliminação da pobreza extrema", referiu Ulisses Correia e Silva, acrescentando que este permite a redução da pobreza absoluta, associada às políticas de criação de oportunidades para a ascensão social e económica das famílias.


Apontou que o crescimento económico não é suficiente para gerar condições que possam reduzir de forma substancial o eliminar da pobreza extrema.


"Crescimento económico cria riqueza, oportunidades de emprego, é necessário, mas não é suficiente", disse o primeiro-ministro, explicando que é por esta razão que o Governo focaliza em políticas ativas, dirigidas e orientadas para seguimento de populações identificadas na pobreza extrema.


O governante realçou que o programa está estruturado em várias políticas públicas integradas de inclusão social e produtiva.


"Apostamos na base, em primeiro lugar, através da universalização do acesso ao ensino pré-escolar, da gratuitidade do ensino básico e secundário, cuidados e proteção das crianças e dos adolescentes, disponibilizamos o acesso ao rendimento e saúde", destacou.


Ulisses Correia e Silva salientou que o conceito do programa não é assistencialista, mas sim é no sentido de criar condições e oportunidades para fazer as pessoas serem autónomas.
"Na primeira fase, as pessoas vão necessitar de apoio, numa segunda fase vão ter condições de autonomia e autossuficiência na vida", explicou.


Na semana passada, o primeiro-ministro disse que o país tem 115 mil pessoas na pobreza extrema e assumiu o objetivo de a erradicar nos próximos cinco anos.


Por seu lado, o ministro do Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire, defendeu que o Governo elegeu a eliminação da pobreza extrema como uma das "grandes prioridades" da legislatura (2021-2026) "por imperativo ético e político".


"A pobreza extrema localiza-se essencialmente nas periferias dos principais centros urbanos, especificamente nas zonas rurais", apontou Elísio Freire, acrescentando que afeta sobretudo as mulheres chefes de famílias e jovens que se encontram no desemprego.


O governante concluiu que a abordagem ao combate à pobreza extrema é multissetorial, tem vários atores e intervenções, sobretudo "tem de ter um pragmatismo muito forte e uma coordenação política e técnica extremamente forte".