Lisboa – João Lourenço recusou pela segunda vez, um pedido de demissão (e consequente passagem à reforma) que lhe foi apresentado pelo comandante da Unidade de Segurança Presidencial (USP), tenente-general José João “Maua” que reclama problemas de saúde. Ao general foi lhe respondido “para aguardar até a realização das próximas eleições”.

Fonte: Club-k.net


De 65 anos de idade completados no passado mês de Fevereiro, conta com 46 anos de serviço militar, tempo que considera suficiente para se reformar. Em Setembro de 2020, o seu nome e de outros oficiais foi notificado pela Direcção Principal de Pessoal e Quadros das FAA (DPPQFAA) sobre a sua condição de passagem abrangido pelo limite de idade, mas sem provimento por parte de JL.


Segundo apurou o Club-K, o tenente-general José João “Maua” está em casa desde o inicio de dezembro por motivos de saúde. As suas funções de comandante da USP, tem sido interinamente exercida por um brigadeiro, Santos Manuel Nobre. Antes de deixar o cargo de comandante da USP, José João “Maua” tem pedido apenas que resolvam problemas de patenteamento de oficiais sob sua alçada que a largos anos não são promovidos, razão pela há ainda na USP, sargentos a exercerem funções de chefe de departamento.


“Maua” entrou para a vida militar em Outubro de 1974, pelas mãos da guerrilha do MPLA, depois de ter largado o seminário. Cursou direito na Universidade Agostinho Neto, mas antes teve formação de segurança em Cuba.


As suas valências em proteção presidencial, foram sentidas no ano de 2011, quando o então Presidente José Eduardo dos Santos viu-se forçado a abortar uma viagem a China, por em pleno vôo, um dos reatores do avião que o transportava pegou fogo no momento da descolagem na pista do aeroporto Militar , em Luanda. Na altura, “Maua” retirou JES do voo guardando no ilha do Mussulo julgando que se tratasse de um atentado.


“Maua” havia entrado em contradição com o então Chefe da Casa Militar, Hélder Vieira Dias “Kopelipa”, que defendia continuação da Viagem. “Maua” entendia que se apurasse primeiro, sobre o fogo na aeronave, uma investigação que “morreu” na mesa do ex-chefe da secreta militar, general António José Maria. Apurações pré-eliminares teriam depois indicado que o fogo na aeronave terá sido provocado pela entrada de um pássaro no reator. Desde então JES reforçou o seu desgosto por avião.