Luanda - Costuma-se dizer que a planificação é o rascunho do futuro. Assim, sendo, qualquer objectivo que ser que alcançar quer a nível da política interna ou externa deve-se fazer acompanhado de um plano estratégico.

Fonte: Club-k.net

Os planos estratégicos sejam eles políticos, económicos, sociais, culturais ou mesmo de segurança nacional devem comtemplar, objectivos, missão, analisar pontos fortes e fracos, ameaças e oportunidades, instrumentos a serem implementados na materialização do plano de acção, riscos de implementação e riscos de não implementação.


Angola atravessa um momento de crise económica a mais de 5 anos e são várias as medidas que têm sido adoptadas em busca da estabilização macroeconómica mas, nos últimos dois anos a situação socioeconómica tende a gravar-se cada vez mais por força da pandemia (COVID 19). Em 2017 o Presidente João Loureço elegeu a diplomacia económica como instrumento para condução da sua política externa de modos alcançar os objectivos económicos.


Ao fim do mandato a nossa reflexão gira em torno das seguintes questões: como podemos aferir os resultados da nossa diplomacia económica? Foi efectiva? Se não, o que fazer para que ela seja conduzida de forma eficaz e eficiente? Qual foi o nível de participação dos actores públicos e privados? Quais são as dificuldades enfrentadas na condução da mesma? São várias as questões que poderiam ser colocadas aqui para a nossa reflexão.


Não existe uma definição padrão de diplomacia económica no entanto, a diplomacia económica caracteriza-se como um processo de negociação, defesa e promoção de interesses económicos envolvendo actores estatais e não estatais. Com globalização económica aumentaram-se também os fluxos de relações económicas e multiplicaram-se os actores neste processo, hoje quando se fala de diplomacia económica é preciso levar em consideração a diplomacia comercial, diplomacia corporativa e diplomacia levada a cabo por organizações não-governamentais.


Em nossa opinião para que a nossa diplomacia económica seja mais eficaz e eficiente, deveria ser orientada por um Plano Estratégico Nacional de Diplomacia Económica que seria materializado num horizonte temporal de 5 anos mas, que seria reavaliado no 3º ano. Este plano deve resultar de uma análise profunda do no nosso meio interno e externo e dai definirmos:


• Objectivos: aqui deve-se eleger o que se pretende para a nossa economia se é crescimento económico, promoção de emprego, turismo investimento, comércio internacional, atracão de Investimento Direito do Estrangeiro, reforçar a nossa networking diplomática ou ganhar vantagens geoeconómicas.

• Missão: qual é a missão da nossa Diplomacia económica? Promoção de desenvolvimento socioeconómico? Fortalecer cooperação com parceiros, accionistas e actores nacionais e internacionais? Transformar o Angola num país de renda media ou alta?


• Abordagem: depois do Presidente dar o tiro de largada, quem vai dar continuidade do processo? Só o MIREX? Ou também outros órgãos ministeriais?

• Recursos humanos: como estamos em termos de preparação? Há programas de treinamento dos agentes públicos (embaixadores e cônsules) e privados (empresários)?


Um plano de acção mais inclusivo

Para alcançar bons resultados este plano deve ser inclusivo e permitindo uma combinação de estratégias:

• Inteligência Económica: colheita de dados e produção de informação de natureza económica (mercados, investidores, oportunidades e ameaças) pelos Serviços de Inteligência de modos a facilitar os decisores.

• O engajamento da comunidade de negócios: as comunidades de negócios são beneficiárias direitas da D.E e é fundamental que a relação do governo e o sector privado neste processo seja boa.


• A definição de uma agenda económica: uma agenda onde estejam bem definidos o que se quer a curto, médio e longo prazo a nível nacional, regional e global. Os mecanismos bilaterais e multilaterais, podem ser bem explorados.

Portanto, sem um plano estratégico concreto e objectivo a nossa diplomacia económica não terá resultados efectivos, precisamos fazer uma retaguarda breve, calibrar tudo para avançar melhor.