Luanda - Mais de cem elementos, entre taxistas, cobradores e responsáveis pertencentes às associações de taxistas, foram detidos e outros continuam a ser perseguidos nas suas próprias residências, depois dos tumultos vivenciados na segunda-feira, 10, no distrito urbano do Benfica, em consequência da paralisação do serviço de táxi que se verificou em Luanda.

Fonte: IstoeNoticia

A informação foi avançada, nesta terça-feira, 11, durante a conferência de imprensa realizada pelos líderes das associações de taxistas ANATA, ATA e ATL, que visou dar o ponto de situação da paralisação, bem como anunciar a suspensão da chamada “greve dos taxistas”, que inicialmente previa três dias, para dar lugar ao diálogo com a governadora da província de Luanda, Ana Paula de Carvalho.

Os líderes destas organizações denunciaram que estão a ser perseguidos, agredidos e ameaçados todos os membros de direcção e não só, a partir das suas casas e “placas” [locais de concentração de seus membros], sendo que alguns membros capturados deram entrada no banco de urgência do Hospital Américo Boa Vida, em Luanda.

“Ontem [segunda-feira, 10], os nossos colegas foram espancados, barbaramente maltratados e pelas 23h00, por exemplo, estive no Hospital Américo Boavida, onde se encontrava um dos secretários da ANATA, descalço, algemado, numa cadeira de roda e sem comida nem água, a apanhar o soro”, denunciou Francisco Paciente, quando usava da palavra na conferência de imprensa conjunta.

Segundo a comunicação das associações dos “azuis-e-branco”, os mais de cem elementos detidos começaram a ser julgados sumariamente esta terça-feira, 11, no Tribunal Provincial Dona Ana Joaquina, com destaque para a secretária da ANATA no Cazenga, Paula Berna.

De acordo com os representantes — que deixaram de passar a noite em suas próprias residências pelo menos por cinco dias —, estão a ser «caçados» por vários efectivos do Ministério do Interior, nomeadamente a Polícia de Ordem Pública, o SIC, a Polícia de Trânsito e os agentes ligados ao DIIP, a Direcção de Investigação de Ilícitos Penais.

Contactado pelo !STO É NOTÍCIA, para reagir às denúncias proferidas durante a conferência de imprensa, o porta-voz do Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, Nestor Goubel, disse que, até àquela ocasião que estava a ser contactado, não tinha ainda tido acesso às referidas denúncias das três associações, no entanto, deixou a garantias de apurar os factos para se pronunciar nas próximas horas.