Luanda - O empresariado angolano mostra-se à rasca para aceder à linda de crédito disponibilizada pelo Deustche Bank. Mas a culpa está longe de ser da burocracia. Ela deve ser unicamente assacada aos próprios empresários. E o problema é tão simples quanto isso: estão atolados em dívidas e não conseguem cumprir com as obrigações do downpayment. Um documento posto a circular nas redes sociais não deixa quaisquer dúvidas.

Fonte: Club-k.net

O coro de empresários que, na semana passada, fez ouvir a sua voz para responder às referências do Presidente da República, omitiu o facto de estarem a enfrentar dificuldades de acesso ao crédito alemão por conta de um acumular de dívidas com a banca comercial angolana.


O Presidente da República, João Lourenço, chamou a atenção na semana passada para a incapacidade de homens de negócio angolanos enfrentarem dificuldades para aceder à linha de crédito de mil milhões de euros, disponibilizada pelo Deustche Bank. Embora o Presidente da República não se tenha referido objectivamente às razões da dificuldade, o facto é que em muitos casos elas decorrem da incapacidade de regularizarem as dívidas avultadas que eles mantêm junto da banca comercial angolana, detalhadamente registadas na Central de Informação de Risco de Crédito.


Ora, a existência de dívidas com a banca comercial e o consequente registo constituem factores de eliminação entre os requisitos para acesso ao crédito. Acontece que a maioria dos empresários depara-se com essa situação, enterrados em dívidas até ao pescoço, fruto da gestão deficiente dos negócios pelos quais beneficiaram de créditos junto da banca comercial assim como por consequência do descaminho do valor anteriormente beneficiado para afins alheios aos negócios financiados.


Os empresários endividados reclamam, agora, intervenção do Executivo no sentido de, por uma acção milagrosa, eliminar o histórico de dívidas registadas em seu nome, ou das respectivas conglomerações empresariais, da Central de Informação de Risco de Crédito.


Os bancos comerciais e todas as demais instituições financeiras não bancárias no mercado nacional mantêm um registo na Central de Informação de Risco de Crédito como uma exigência incontornável do Banco Nacional de Angola (BNA) que visa, justamente, combater a onda crescente de crédito malparado.