Luanda - O ministro das Relações Exteriores, Téte António, assinalou hoje as reformas administrativas e judiciais no país e a facilitação de vistos para o investidor estrangeiro como eixos da diplomacia económica angolana nas ações de mobilização de investimentos.

Fonte: Lusa

Segundo o governante, o país, para a afirmação da sua diplomacia económica apostou em duas frentes, uma interna e outra externa, com o foco na criação de condições para captação de dividendos com as reformas das relações económicas internacionais.


Entre as medidas de melhoramento do ambiente de negócios, a nível do país, Téte António apontou para as reformas administrativas internas, o processo de facilitação de vistos e reformas judiciais como alavancas para a atração ao investimento.

O ministro angolano falava durante um espaço denominado "CaféCIPRA" (Centro de Imprensa da Presidência da República de Angola), em Luanda.

O painel de intervenientes contou igualmente com os ministros da Economia e Planeamento, Mário Caetano, da Indústria e Comércio, Victor Fernandes, e o presidente do conselho de administração Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações (Aipex), António Henriques da Silva.

O tema do encontro, lançado hoje pelo CIPRA, foi "Diplomacia Económica -- balanço e perspetivas".

"Atração do investimento direto, incluindo até a cooperação judiciária para podermos trazer de volta os ativos que saíram indevidamente do país", constitui igualmente uma das ações apontadas pelo ministro, no capítulo externo, no âmbito da diplomacia económica de Angola.

"O Presidente da República, como diplomata número um, visitou vários Estados para atrair investimentos e fazendo isso dava resposta a uma preocupação quando dizia que estamos a fazer muito pela diplomacia política, mas ainda tínhamos muito a fazer para a diplomacia económica", frisou.

Téte António apontou também as parcerias estratégicas em que Angola participa, como fóruns China/África, Turquia/África, Coreia/África, União Europeia/África como mecanismos "indispensáveis" para o desenvolvimento do país e do continente africano.

"Aí apresentámos as nossas posições, sobretudo para corrigir também o "paradoxo africano", tendo um continente potencialmente rico com matéria-prima, "mas com cidadãos, maioritariamente jovens, pobres", assinalou.

"E este paradoxo é que nós vamos lutando para corrigir e isso assenta também na diversificação da nossa economia", realçou o ministro das Relações Exteriores.

Questionado sobre a aposta de Angola ao investimento do médio oriente, Téte António referiu que as "parcerias não são estáticas e essa aposta surge para a diversificação das parcerias".

Por seu lado, António Henriques da Silva falou sobre a qualidade dos investimentos no país, particularizando a Zona Económica Especial, que congrega distintas vertentes, nomeadamente a "geração de emprego e a de aplicação de conhecimentos tecnológicos".

Sobre a temática do repatriamento de dividendos, também questionada pela assistência, composta por empresários, economistas e jornalistas, o presidente da Aipex disse que este "deixou de ser problema".

"Nós, na Aipex, nos últimos três ou quatro anos nunca mais tivemos uma reclamação, aliás, o próprio BNA [Banco Nacional de Angola] acabou por liberalizar o mercado cambial e isso passou para a esfera dos bancos comerciais o que veio facilitar por ser uma medida com consistência", assegurou Henriques da Silva.