Luanda - A direcção geral do Instituto Nacional de Petróleo (INP), encabeçada por Alegria Joaquim, localizado no Sumbe, capital da província do Cuanza Sul, está ser acusada de elaborar uma suposta lista com nomes de mais de 30 estudantes para serem expulsos nos próximos dias, “falsamente” acusados de consumo de drogas (com maior realce a liamba) no interior da instituição, rebelião e vandalização daquele estabelecimento de ensino público, segundo denunciaram ao Club-K Angola pais e encarregados de educação.

Fonte: Club-k.net

A decisão apresentada pela direcção daquele instituto no dia 5 do mês em curso durante uma reunião com pais e encarregados, na sequência de um tumulto entre estudantes de distintas classes da 10ª, 11ª e 12ª, ocorrido a 31 de Janeiro, preocupa os encarregados, quanto ao futuro académico dos seus educandos, para quem as acusações imputadas aos estudantes com direito à expulsão é consequência da má gestão do novo director-geral, Alegria Joaquim, até então director-adjunto.

 

Os denunciantes alegam, pelo menos 31 estudantes criteriosamente seleccionados na lista de expulsão, de forma injusta, porque, segundo argumentam, desde a ascensão de Alegria à direcção do instituto, os estudantes poucas vezes manifestam sentimentos de tal alegria por ambição a uma formação académica tranquila e segura para alcançar os seus objectivos e consequentemente desenvolver o País.

 

“Desde que este senhor foi nomeado como director o instituo se tornou inseguro. Entra liamba e dinheiro de torta à direita e o canal é conhecido por eles e nada fazem. Nós também estamos preocupados com a segurança dos nossos filhos. Mas nesta lista que eles alegam ter, muitos são inocentes, porque temos provas de que sempre que se paga o primeiro trimestre há sempre expulsão de estudantes. Como um director não consegue travar a entrada e consumo de drogas na sua escola”, questionou um encarregado que pediu anonimato temendo represália contra o seu filho, ainda lá.

 

As sansões disciplinar acrescido de expulsão compulsiva contra os estudantes, alegam pais e encarregado, não se justifica para todos alunos, porque, afirmam, “os estudantes que protagonizam as brigas no recinto escolar após o consumo de estupefacientes assim como aqueles que são flagrados a praticar actos de indisciplina não são expulsos, embora com provas das câmeras de vídeo vigilância. A coordenação de assuntos disciplinar procura, supostos, podes espiatórios para incriminar estudantes, de quem alguns professores indicam como suspeitos de envolvimento em indisciplina”.

 

Segundo apurou a investigação Club-K, alguns professores afecto à “coordenação de assuntos disciplinar, são tidos como principais “espiões” que simulam atitudes para criar “ciladas” contra alguns alunos, quando às vezes são chamados aos quartos pelos colegas com intuito de tratar assuntos académicos, porém ao encontrar um ambiente de consumo de drogas, nesta altura aparecem estes docentes para insinuar que todos fumam liamba.

 

“Os nossos filhos vivem neste internato académico intimidados pelos professores. Muitos estudam com o estado psicológico atrofiado. Quando suspeitam ou registam um aluno supostamente a cometer, fazem deste estudante como seu refém. O estudante não pode ter direito à respostas de todas acusações”, diz a denúncia, enquanto alguns já começaram a retirar os seus educandos do instituto, outros apelam justiça e melhor método de disciplinar os estudantes, que não fosse com acusações falsas e consequente expulsão, sendo que o actual director é visto como “injusto e incapaz de combater o fenómeno dentro da instituição de ensino que dirige”.

 

Em busca de formação académica no INP, vários são os estudantes que abandonam os seus pais, muitos ainda adolescentes, onde a classe de entrada é a 10ª, saídos de vários pontos do País.

 

A título de exemplo, dois estudantes/irmãos da província do Namibe foram forçados a interromper as suas formações académicas por questões de insegurança e extrema violências por parte dos colegas. Porém, embora fosse do conhecimento do INP, com provas vivas das agressões de que foi vítima um dos estudantes, a direcção do INP “fechou-se em copa”, nada fez. O pai da vítima teve de custear as despesas do ferimento que o filho sofrera na cabeça, e, sem hipótese, teve de tirar os dois educandos do instituto para evitar mal pior numa instituição de ensino do qual se esperava reserva moral da sociedade com base na formação acadêmica.

 

Saadh Mujinga, por exemplo, é um dos estudantes recentemente expulso sem justa causa, segundo uma fonte próxima à “Directoria Judiciária” do referido instituto, que diz discordar com algumas medidas tomadas pela nova direcção que culmina em expulsão, quando deveria se encontrar uma forma mais pedagógica de resolver os assuntos que preocupam a instituição, os encarregados e os próprios estudantes.

 

“Nas provas que tivemos não vimos razões para expulsão do Mijunga, assim como outros na lista para serem mandados para a casa dos seus pais. Alguns já são finalistas, como é um caso do estudante Paulo da Costa. Disse a nossa fonte, acrescentado que “na recente rebelião que motivou a reunião com os pais e encarregados no dia 5 deste mês, a direcção não respondeu as exigências dos presentes para provar as acusações de que são alvo mais de 30 estudantes. Nas provas que temos nem todos devem ser expulsos. Há alunos nesta escola que parece estarem instruídos para condenarem os outros”, concluiu um dos colaboradores do INP, numa altura em que não conseguimos o direito de resposta com o director Alegria Joaquim, depois de várias tentativas por telefone.

 

Ainda conforme as declarações dos descontentes, o período de expulsão, por alegado consumo de drogas e rebelião, acontece quase sempre depois do pagamento de propinas trimestrais correspondentes a 200 mil kwanzas, sendo que anualmente cada estudante paga 600 mil kwanzas.

 

Fundado em 1983, enquanto instituição pública, o Instituto Nacional de Petróleo (INP) do ramo petrolífero e mineiro lecciona os cursos de Instrumentação Industrial, Manutenção Industrial, Refinação de Petróleo e Processamento de Gás, Geologia de Petróleo, Minas, Química, Perfuração e Electromecânica.