Luanda - O presidente da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), Manuel Pereira da Silva, fez-se indisponível para receber uma delegação de diplomatas norte-americanos que solicitou um encontro para manifestar o interesse dos Estados Unidos da América (EUA), em  participar como observador nas eleições gerais de Angola, previstas para Agosto deste ano.

Fonte: Club-k.net

"MANICO” TEME PERGUNTAS DIFÍCEIS 

A delegação americana  chefiada pelo ministro conselheiro da embaixada em Luanda, Gregory Segas, e pelo adido político Todd Belmear, deslocou-se na passada terça-feira (15), na sede da CNE para a referida abordagem. O Presidente da CNE,  "Manico" Pereira da Silva não compareceu ao encontro,  delegando  poderes ao porta-voz da instituição, Lucas Quilundo para que o representasse, gerando desconfiança de que estivesse a evitar interpelação dos diplomatas americanos.


O encontro com os diplomatas aconteceu  dias depois de Manuel Pereira “Manico”, ter conduzido uma reunião em que  anunciou a contratação da  espanhola INDRA, como vencedora do concurso realizado pela CNE, para solução tecnológica para as próximas eleições.

 

Na reunião do dia 15,  o representante de "Manico"  e porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, comunicou aos diplomatas que o processo de credenciamento para os observadores eleitorais, terá o seu inicio, logo após a convocação das eleições de 2022, pelo Presidente angolano, João Manuel Gonçalves Lourenço. Pela CNE fizeram igualmente parte da reunião,  o comissário nacional  eleitoral (indicado pela FNLA), Mfinda Matubakana e João Damião, tido como “as orelhas douradas” do BP do MPLA, na comissão eleitoral.

 

Os EUA denotam  interesse de acompanhar as eleições angolanas de perto em função dos  esforços da administração Biden em  impedir eleições viciadas em muita parte do mundo. Os EUA tem aplicado sanções contra elementos implicados na manipulação de resultados eleitorais, em vários países,  uma vez que equacionam “fraude eleitoral” a um golpe de Estado.

 

De lembrar que foram os EUA que salvaram as eleições de Agosto de 2021, na Zâmbia ameaçando aplicação de  sanções contra quem perturbasse o pleito ou praticasse ações que influenciassem nos resultados eleitorais finais.