Luanda -- A administração da Bolsa de Dívidas e Valores de Angola (Bodiva) anunciou hoje que 30% do seu capital social vai ser privatizado, até junho deste ano, apenas para membros Bodiva (bancos) e o restante será por oferta pública.

Fonte: Lusa

Segundo o administrador executivo da Bodiva, Odair Costa, a bolsa angolana será privatizada em duas fases e na primeira, prevista até junho próximo, serão vendidos 30% do capital social aos membros da instituição, na sua maioria bancos comerciais.

"Porque eles [membros Bodiva] é que são membros do mercado, são eles que fizeram a Bodiva, é por isso que nesta primeira fase e, por reconhecermos que eles têm a capacidade de, estando integrados na Bodiva, dar um contributo maior, fazemos esta venda numa primeira fase de 30% destinada a eles", disse o responsável quando questionado pela Lusa.

A segunda fase da privatização da Bodiva, "já autorizada pela titular do poder executivo", o Presidente angolano, João Lourenço, para a alienação dos restantes 70% do capital social, será feita através de "uma oferta pública de venda e todos os investidores poderão tornar-se acionista da Bodiva".

Odair Costa, que falava hoje aos jornalistas, no âmbito do terceiro "Fórum Bodiva", que decorre em Luanda, fez saber que as autoridades angolanas ainda não têm as estimativas do encaixe financeiro que deve resultar da alienação da Bodiva.

"Ainda estamos na fase de avaliação, estamos agora a terminar a contratação do assessor financeiro e este depois fará a avaliação e com base nessa avaliação teremos uma noção de qual será o valor que o mercado atribui à Bodiva", frisou.

"Neste momento, não podemos avançar ainda valores precisos", salientou.

A privatização da Bodiva enquadra-se no Programa de Privatizações (ProPriv) do Governo angolano 2018-2022, que prevê a privatização de ativos e/ou empresas públicas no setor das telecomunicações, indústria, banca, seguros, agricultura e outros.

O financiamento via bolsa "como catalisador da economia real -- constrangimentos e oportunidades" constitui o mote do terceiro "Fórum Bodiva", ocasião em que foi também apresentado o Relatório Anual dos Mercados Bodiva 2021.