Luanda - Angola quer revolucionar a paisagem da África Austral. Será necessário investimento privado e transformar o porto do Lobito na porta de entrada para esta área. Num futuro próximo, a província de Benguela tornar-se-á num dos principais epicentros do comércio e desenvolvimento desta região africana.

Fonte: EuroNews

Corredor do Lobito

O corredor do Lobito é formado pelo porto da cidade e pela linha férrea de Benguela. As duas estruturas estendem-se por mais de 1300 quilómetros. O percurso é a rota de exportação mais rápida para o cobre, cobalto e outros minérios, para países como a Zâmbia ou a República Democrática do Congo.

Depois da renovação do caminho-de-ferro, agora é a vez do Porto do Lobito. O espaço vai ser privatizado com uma concessão de 20 anos, para atrair novos investimentos e impulsionar a economia.


Pedro Neto, presidente da plataforma de serviços financeiros EagleStone, o porto do Lobito é uma grande oportunidade para criar uma rede na costa atlântica de importação e exportação de bens e produtos da Zâmbia e República Democrática do Congo, e uma oportunidade para criar uma alternativa à costa do Oceano Índico.

Enquanto chefe de uma empresa de consultoria bancária de investimento que vive em Angola há mais de 20 anos, Pedro Neto diz que em causa está muito mais do que mover metais das minas.

Porto do Lobito


A privatização do Porto do Lobito e dos Caminhos de Ferro de Benguela faz parte de um plano mais amplo do governo angolano para diversificar a economia do país com a ajuda de mais investimento privado.

 

João Fernandes, coordenador da Comissão de Avaliação do Porto do Lobito, sublinha que o Plano Diretor do Ministério dos Transportes está muito ligado ao Porto e ao Corredor do Lobito e, com a participação de estrangeiros, vai ser possível melhorar as infra-estruturas e a eficiência.


Francisco Pinzon, presidente DP World Luanda, a empresa que gere e opera a concessão do Terminal Multiusos do porto da capital angolana, sublinha que o Porto do Lobito tem grandes infra-estruturas e potencial para se tornar a porta de entrada para a parte sul do Congo e também para a Zâmbia.

 

Foi também este objetivo que impulsionou os construtores da linha férrea de Benguela há mais de um século. Agora, é preciso preparar o corredor do Lobito para o século XXI, com mais investimento privado.

 

O Lobito já está preparado para carregamentos maiores que chegam das minas, com um novo terminal para garantir a passagem da carga de comboios para os navios.

 

Jesus Nelson Pereira Martins, coordenador do Comité de Avaliação de Concursos Públicos, conta que depois da recuperação da infra-estrutura ferroviária, era preciso um terminal especial dedicado apenas aos minérios.

 

O desenvolvimento recente envolve milhões de pessoas, mais indústria, consumidores e passageiros potenciais. E também significa mais empregos

 

Elmo Otávio, engenheiro ferroviário, diz que o Corredor do Lobito é muito importante em África, e sublinha a dinâmica em termos de transporte para o antigo Congo belga.