Luanda - O maior partido da oposição angolana, UNITA, em nota de imprensa recorda que aos 4 de Abril de 2002 era, solenemente, assinado em Luanda, o Memorando de Entendimento Complementar do Luena, que constitui a base da paz que o nosso país, Angola, vive.

Fonte: Lusa

Por esta ocasião, o Comité Permanente da Comissão Política da UNITA tornou público que Paz alcançada em 2002, era um objectivo programático primordial de Jonas Malheiro Savimbi, e que foi consolidado pela XVI Conferência Anual da UNITA, em Março de 2001.

Para o efeito, segundo a declaração enviada para Angola24horas, Savimbi tomou várias iniciativas diplomáticas e não poupou-se, à sacrifícios físicos e outros, ao ponto de doar a sua própria vida.

Logo, o Comité Permanente da Comissão Política presta a sua homenagem patriótica à memória de todos os filhos de Angola que, ao longo da sua História, pagaram com as suas vidas o preço da paz.

"À todos eles vai o nosso compromisso de honra de que a Angola jamais os esquecerá e que os seus nomes figurarão para sempre no Panteão da Pátria", lê-se no comunicado.

O Partido do "Galo Negro" diz também que o Memorando de Entendimento Complementar do Luena, abria as melhores expectativas para os angolanos, em todos os domínios.

Porém, observa que, volvidos 20 anos, o balanço é mitigado, pois os angolanos vivem uma grave crise económico-financeira e social, caracterizada, entre outros, por retrocesso dos indicadores do Estado Democrático e de Direito, o aumento da pobreza e do índice de desemprego com ênfase na juventude em idade activa.

Aprontou igualmente para a subida vertiginosa dos preços dos produtos da cesta básica, a corrupção endêmica e sistémica, a degradação dos valores morais e cívicos e, consequentemente o abuso e violação dos direitos humanos.

"O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, em nome da verdade, cabe-lhe, hoje e aqui, afirmar que cumpriu cabalmente o que lhe competia no quadro dos Acordos de Paz e que a transformou completamente em partido político democrático, à luz do seu manifesto fundante, da constituição, e da lei dos partidos, e a sua prática assim o demonstra", segundo a UNITA.

O Comité Permanente da Comissão Política da UNITA, garantiu também que continuará a dialogar com o Governo para que este cumpra com os pendentes dos Acordos de Paz, tais como a inserção social dos ex-combatentes e a devolução do seu património material.

Face aos desafios nacionais e internacionais, a UNITA assume desde já, felicitar o seu presidente, ACJ, pela sua crença no diálogo e pelas suas inúmeras iniciativas que culminaram no encontro com o Presidente da República, no dia 01 de Abril corrente, e encoraja-lhe a persistir nesta via absolutamente salutar e exemplar para os cidadãos e as instituições do nosso país.

Este Comité, felicitar os líderes ACJ, Presidente da UNITA, Abel Epalanga Chivukuvuku, coordenador geral do projecto político PRA-JA-Servir Angola e Filomeno Vieira Lopes, Presidente do Bloco Democrático, pela iluminada iniciativa da criação da FPU e pelos passos concretos já efectuados com vista a sua operacionalização pois, a FPU afigura-se como a plataforma eleitoral certa conducente à alternância do poder político nas condições da actual constituição da República de Angola.

Por ser oportuno, apela à todos os cidadãos maiores de 18 anos que ainda não se registaram a acorrerem aos BUAP e registarem-se a fim de que todos exerçam um dos seus mais importantes direitos constitucionais que é a escolha livre dos nossos representantes.

Entretanto, a UNITA dirigiu uma palavra de apreço aos compatriotas técnicos dos BUAPs, pelo esforço que têm consentido apesar de vários constrangimentos que condicionam o seu desempenho.

Na mesma senda, apela ao seu sentido de missão para pacientemente registarem todos os cidadãos que se dirigirem aos BUAPs, que ninguém seja excluído para o bem da democracia angolana.

No demais, insta o Executivo a ponderar o alargamento do período do registo eleitoral que venha a ser julgado ainda necessário e apela à todas as forças vivas da sociedade e aos cidadãos em geral a aderirem à FPU para todos juntos se protagonizar a alternância tão necessária e vital para todos os angolanos.

A UNITA diz acreditar, piamente, na virtude do diálogo como forma suprema de solução dos problemas dos homens.

"Tal como em Bicesse em Maio de 1991, em Lusaka em Novembro de 1994, no Luena em Março de 2002, em Luanda em Abril e Dezembro de 2002, a UNITA está pronta para dialogar com todos os parceiros nacionais, para decantar, por consenso, as melhores soluções para os grandes desafios que se colocarem aos Angolanos. É o caso da verdadeira reconciliação nacional, da consolidação e do aprofundamento do Estado de Direito Democrático e como é o caso do lugar de Angola no mundo, em franca e acelerada mutação da correlação de forças entre os países mais poderosos", assegura.