Até á presente data, a insistência dos naturais da Baixa de Kassanji, das instituições filantrópicas, da sociedade civil e dos Partidos Políticos, sobre o dever do Governo de honrar condignamente esse evento, criando um estatuto especial localizado, para aquelas populações que arrastam traumas incuráveis, posto que, se sentem marginalizadas e abandonadas, continua sem resposta. Não é justo que se permaneça tão insensível a esses apelos porque elas bateram-se e morreram por Angola. 

É, pois, tempo de se corrigir os erros do passado, sobretudo num momento em que o País vive há mais de cinco anos um clima de paz profunda, que permite a circulação de pessoas e de bens. As populações da Baixa de Kassanji também devem usufruir esse clima de paz e de estabilidade política, contribuindo para que ele se transforme em paz social em todo o território nacional. 

A Presidência da FNLA reafirma a sua determinação em solidarizar-se com as vítimas e parentes das vítimas de Baixa de Kassanji, levando-lhes o seu calor fraterno e patriótico, continuando a exigir do Governo da República, o fornecimento de alojamento condigno, água potável, electricidade, assistência médica e medicamentosa, escolas e outras benesses afins, para que o natural da Baixa de Kassanji possa dizer um dia e sem ambiguidade: “Sim senhor, valeu a pena o sacrifício pela Pátria”

Finalmente, a Presidência da FNLA insta o Governo da República de Angola, no sentido de reabilitar a memória dos Heróis de 4 de Janeiro, criando condições compatíveis ao estatuto adquirido e outorgado por via hereditária aos filhos, esposas e netos desses Bravos Angolanos tombados ou vivos,  que marcaram com o seu sangue essa data patriótica, pela Libertação de  Angola.

As populações da Baixa de Kassanji independentemente da sua filiação político- partidária devem sentir-se livres e independentes na Terra que eles ajudaram a libertar. 

GABINETE DO PRESIDENTE DA FNLA, em Luanda, aos 3 de Janeiro de 2009.

O PRESIDENTE,

NGOLA KABANGU
Fonte: Club-k.net