Luanda - A Polícia angolana está a ser acusada de ter impedido a reabertura dos templos da Igreja Universal Universal do Reino de Deus (IURD), violando a autorização do Tribunal Provincial de Luanda. A Polícia alega que não foi notificada de decisão do Tribunal.

Fonte: RFI

A Polícia angolana está a ser acusada de ter impedido a reabertura dos templos da Igreja Universal Universal do Reino de Deus (IURD), violando a autorização do Tribunal Provincial de Luanda.

 

A Polícia confirma o facto e atira a responsabilidade para as autoridades judiciais, alegando que não foi notificada de decisão do Tribunal.

 

Esta sexta-feira, centenas de fiéis da Igreja Universal dizem ter sido impedidos pela polícia de entrarem nas instalações de diversos templos espalhados pela capital angolana.

 

Alberto Segunda, responsável da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, diz estar surpreso com a atitude da corporação, uma vez que a reabertura dos santuários foi, na última quarta-feira, autorizada pelo Tribunal Provincial de Luanda, depois de ter transitado em julgado.

 

O religioso afirma que esperava que a reabertura da igreja fechasse um capítulo que há dois anos levou à suspensão das actividades da IURD, por causa da crise que opunha a liderança angolana e a brasileira.

 

“Para nós foi uma surpresa. O que eles alegam é que nós não estaríamos autorizados a usar os templos, porque o acórdão não estava claro. Uma vez que se provou que não há crime, decidimos reabrir os templos e dar continuidade às nossas actividades”, sublinhou Alberto Segunda, líder da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola.


Por sua vez, Nestor Goubel, porta-voz da Polícia Nacional em Luanda, diz que os homens da ordem estão apenas a cumprir o seu papel, já que não foram notificados sobre a reabertura dos templos da IURD.


“A polícia, até agora, não foi notificada para dar acesso ou permitir que alguém explore os templos. Os templos da Igreja Universal é um assunto que está remetido aos tribunais. Os templos têm como fiel depositário o INAR, que é o Instituto Nacional de Assuntos Religiosos”, afirmou o oficial superior da polícia angolana.


A 31 de Março, o ex-representante da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola e Moçambique, Honorilton Gonçalves, atualmente no Brasil, foi condenado pelos crimes de violência física e psicológica, a três anos de prisão, de pena suspensa, e o pagamento de indemnizações de 30 e 15 milhões de kwanzas a dois ofendidos que foram submetidos a vasectomia.


Os outros três arguidos, o pastor brasileiro Fernandes Teixeira e dois pastores angolanos, António Ferraz e Belo Kifua, foram absolvidos. Estavam acusados de crimes de associação criminosa, branqueamento de capitais, burla por defraudação e expatriação ilícita de capitais.