Luanda - A direcção da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola, acusou nesta quarta-feira, 20, a Polícia Nacional de ter invadido o seu templo no Maculusso, que resultou no impedimento da realização de uma vigília.

Fonte: Club-k.net

Forças do comandante Arnaldo Manuel “invadem” templo no Maculusso

De acordo com dados avançados ao Club-K, em consequência do uso da força policial, dezenas de fiéis e pastores da IURD ficaram feridos, alegadamente devido ao alegado uso de gás lacrimogéneo pela corporação.

 

“Muitos fiéis e pastores angolanos da universal foram brutalmente agredidos durante vigília de oração na porta da Catedral do Maculusso”, contou um dos membros.

 

O pastor Olívio Alberto, disse ao Club-K que, após a decisão do Tribunal Provincial de Luanda, que terá determinado a reabertura dos templos, a liderança da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, informou aos órgãos competentes da Polícia Nacional, o que permitiu a realização de cultos na quarta-feira, 12 de Abril.

 

Para a sua surpresa, referiu, os fiéis que se encontravam numa vigília e oração na catedral do Maculusso, em Luanda, foram surpreendidos às 4h00, por um “contingente” de mais de 150 Polícias de Intervenção Rápida (PIR), que alegando “ordens superiores”, obrigou a retirada dos membros e pastores.

 

Olívio Alberto disse que, da acção “violenta” da polícia antimotim, que supostamente agrediram os fiéis, “tendo como consequências sete desmaios, dezenas de feridos e outras dezenas encontram-se detidas em várias esquadras policiais, entre jovens e adultos”, disse o pastor.

 

Reforçou que os agentes da corporação entraram no templo com agressão e violência, sem nenhum documento para realizar tal acto, afirmando apenas que estavam a cumprir “orientações”.

 

E, o líder espiritual da IURD em Angola, Alberto Segunda, numa mensagem transmitida aos fiéis, lamentou o facto de os membros terem sido “violentados” num momento em que “o povo de Deus estava reunido em oração”.

 

O bispo apelou a calma, e que os fiéis voltassem para as suas casas, onde devem continuar com as orações domiciliar, sem, no entanto “afrontar” as autoridades. Segundo Alberto Segunda, a Igreja Universal do Reino de Deus em Angola “é pela paz e respeita as autoridades”, por isso, exortou a não actos de desacatos.

Polícia Nacional justifica a acção

Num comunicado de imprensa tornado público na tarde desta quinta-feira, 20, a corporação informa que “tendo-se constatado a violação dos selos apostos pelas autoridades competentes, em alguns Templos da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), o Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional, repudia tal prática, porquanto os cidadãos que assim procederam, não estão munidos de qualquer mandado que legitime a retomada dos imóveis apreendidos no decorrer do processo instaurado”.

 

Nesses termos, refere à nota, o Comando Provincial de Luanda da Polícia Nacional tomará as medidas julgadas pertinentes, para que os imóveis apreendidos não sejam utilizados, até que as autoridades judiciais emitam o termo de entrega que legitime a entidade que deverá receber os imóveis apreendidos.