Luanda - O grupo parlamentar do MPLA, partido no poder em Angola, acusou esta quinta-feira, 21 de Abril, após debate na Assembleia Nacional em Luanda, a oposição angolana de ser incoerente nos seus discursos políticos.

Fonte: RNA

Os partidos políticos com assento parlamentar, apresentaram na manhã desta quinta-feira 21 de Abril, a sua visão sobre a transparência eleitoral, na reunião ordinária plenária da Assembleia Nacional.

 

De acordo com a reportagem da Rádio Nacional de Angola, no debate sobre a transparência do processo eleitoral, realizado no parlamento, a oposição sugeriu que a Comissão Nacional Eleitoral tivesse uma outra composição, o que de certo modo terá motivado as declarações do MPLA.

 

Segundo uma nota de imprensa enviada para Angola24horas, aos parlamentares, no geral, a UNITA alertou que a transparência eleitoral para as eleições de Agosto também está ameaçada pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE).

 

"Ao não utilizar a mesa de voto como unidade de apuramento, nos termos da lei; ao transmitir os resultados eleitorais a partir de “centros de
despacho” não previsto na lei; e estabelecer obrigações de "apuramento provisório e definitivo", também não previstos na lei, o que claramente colide com a Lei, a CNE desvia-se do exercício das suas competências e usurpa os poderes do legislador", acusou.

 

O representante da bancada parlamentar da FNLA, Lucas Ngonda, disse na ocasião que, as contribuições de todos devem inevitavelmente acabar com as constatações que surjam antes, durante e depois das eleições, defendendo que as urnas não devem passar para a Casa da Presidência da República antes de serem entregues à CNE.

 

Já o deputado Mendes de Carvalho, da CASA-CE que falou de alegadas desigualdades, disse que as eleições não são iguais quando o órgão da Administração eleitoral, no caso específico CNE, é dominado por um só partido político, ao invés de ser independente.

 

Em resposta aos pronunciamentos da oposição, o deputado do MPLA, António Paulo criticou a oposição angolana e disse que é incoerente nos seus discursos.

 

Para António Paulo, mesmo que seja legítima do ponto de vista da competição política, este discurso da oposição trás em si um inconveniente que é da desmobilização, além de outro tema que sempre trás, o da composição da CNE.

 

Neste momento, afirmou, a CNE tem um presidente que é Juiz porque a oposição insistia que o presidente tinha que ser juiz, o que não se entende, uma vez que agora a oposição quer outra composição.

 

"Tem que haver alguma coerência no discurso político e a oposição que não tem paciência de ouvir pede agora para que a CNE tenha uma composição de três representantes por cada partido político. Ou seja, a actual composição é partidária mas a que é proposta pela oposição não deixa de ser partidário", admirou António Paulo.

 

Finalmente, disse que a oposição tem se manifestado excessivo jurisdicista no discurso político.

 

O presidente da Assembleia Nacional, Fernando Dias dos Santos, avaliou intenso o debate, embora com divergência de opiniões, o que considerou natural em época eleitoral e apelou aos parlamentares o respeito pelas diferenças políticas e a preservação da união que sempre caracterizou os angolanos.