O tempo de espera dos navios para atracar é um dos mais prolongados do mundo – o que acarreta o pagamento de sobreestadias, à volta das quais se poderão ter instalado os referidos interesses. O ónus do pagamento de sobreestadias, que oscilam entre USD 12.000/16.000/dia por navio, recai sempre sobre o importador, que geralmente repercute o mesmo no preço dos bens e produtos transportados.

Os proveitos materiais das sobreestadias tambémsão, em certos casos, do interesse dos armadores. Presentemente com de 60 navios mercantes aguardam oportunidade de atracação no porto de Luanda, para descarga. Encontram-se fundeados na chamada contracosta da ilha de Luanda (fachada Atlântica) e na baía do Cacuaco.

A definição das prioridades para atracação é da competência da administração do porto. Os portos angolanos, construídos pela antiga administração portuguesa do território, foram concebidos para exportação – não para importação. O estado de congestionamento em que se encontram também é agravado por factores adjuvantes ao seu funcionamento, entre os quais a paralização de vias de escoamento essenciais (CF e estradas) e a descontrolada liberalização do comércio externo. 

Fonte: África Monitor