Luanda - O deputado e primeiro vice-presidente da bancada parlamentar do MPLA, Manuel da Cruz Neto, negou, nesta terça-feira, 3, que o seu partido use das prerrogativas que tem à frente do governo para manipular os órgãos públicos de comunicação social a seu favor. O político fez estas declarações por ocasião do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, comemorado a 3 de Maio.

Fonte: Istoénoticia

Manuel da Cruz Neto, que falava à Voz da América sobre a efeméride, minimizou as críticas de que tem sido alvo o seu partido, referindo que “não está preocupado com isso, porque o MPLA não manipula” esses órgãos, uma vez que o partido do governo apenas “segue o que a comunicação social desenha para si mesma”.

“A comunicação social tem o dever de informar e a comunicação social é que procura as notícias e nós convidamos e esta vem ou não vem. Não por ser MPLA, mas porque sabe que o MPLA comunica melhor”, assinalou o político do partido no poder.

Por seu turno, o líder da bancada parlamentar da UNITA, Liberty Chiyaka, que está em visita de trabalho na província da Huíla, defendeu a extinção do “Ministério da Comunicação Social” e criticou o facto de a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERCA) não ter a expressão que devia ter enquanto órgão de regulação por a sua composição obedecer a “critérios partidários”.

O político da UNITA considera que a existência de um órgão que tutela o desempenho da comunicação social esvazia o papel destes meios, que deviam estar ao serviço de um Estado democrático, deixando o papel fiscalizador com o Parlamento.

“Não há nenhum país democrático que tem um ministro da comunicação social. Não existe, isso é um recuo”, reprovou Liberty Chiyaka, defendendo que “as competências do ministério devem ser atribuídas à ERCA”, além de chamar a atenção para a necessidade d alteração da composição do referido órgão, revendo a sua matriz partidária.

*Com a Voz da América