Lisboa - A nível do seu partido, o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço decidiu ele próprio começar com iniciativas que desencoraje a inclusão de nomes de familiares em listas para cargos ou posições internas que podem vir a ser explorados pelos seus opositores políticos como exemplos de praticas de nepotismo ou favorecimento no regime.

Fonte: Club-k.net

PARA DESENCORAJAR PRATICAS DE NEPOTISMO

Numa recente reunião do Bureau Politico do MPLA, ao apreciar a lista de uma comissão que continha nome de familiares de altos dirigentes, o líder do partido reagiu desfavoravelmente, dando o seu próprio exemplo. Lourenço explicou que no congresso de Dezembro de 2021, teve de sacrificar o nome da sua própria esposa para integrar o BP do maioritário mesmo sendo ela um quadro de reconhecida trajetória.

 

Numa outra reunião realizada no ano passado, o assunto relacionado a inclusão de nome de filhos foi levantado, tendo o Presidente do MPLA sublinhado que estes é que iriam assegurar a sucessão geracional no interior do partido. Lourenço, segundo fontes do Club-K, procurou transmitir a defesa da militância dos filhos dos dirigentes para que possam fazer as suas próprias carreiras, e não necessariamente a ascensão dos mesmos por empurrão de familiares.

 

Quando chegou ao poder, João Lourenço declarou combate ao “nepotismo, ao compadrio e a bajulação”. Um irmão seu trabalha a vários anos na Casa Militar, mas a recondução deste para o cargo que ocupa é descontada por todos, uma vez que o Presidente Lourenço já o encontrou ai como oficial da Presciência exercendo sempre funções de adjunto do general Manuel Vieira Dias “Kopelipa”. Em 2020, JL excluiu-se do processo de nomeação de uma irmã Edith do Sacramento Lourenço Catraio, que é embaixadora de carreira do MIREX. A mesma estava a ser nomeada como cônsul em Nova Iorque tendo a senhora recuado ao notar que dirigentes do regime lhe estavam a impor nomeações de seus familiares.

 

Não obstante aos seus esforços do PR, têm surgido relatos na imprensa angolana envolvendo membros do regime a nomearem familiares, como é o caso do Ministro das Obras Públicas Manuel Tavares, nomeou o marido da sua filha para o cargo de Administrador para área financeira do fundo rodoviário e obras de emergência.