Paris - A primeira democracia conhecida no mundo foi em Atenas. A "democracia" que em grego significa "governo do povo" foi inventada pelos atenienses para definir seu sistema de governo, por volta de 508 aC. A ideia grega de democracia era diferente da democracia atual porque, em Atenas, todos os cidadãos adultos eram obrigados a participar ativamente do governo, era uma democracia direta, o povo tinha de facto poder político real, eram pessoas seriamente comprometidas com a causa do povo, fiéis aos seus ideias e princípios, a lei era respeitada por todos, ricos e pobres, até que, a corrupção fez a sua "aparição", e desde então, nunca um regime autoritário e corrupto foi vencido por via de eleições, por isso Angola não será uma exceção.

Fonte: Club-k.net

A grande expectativa em torno das próximas eleições em Angola a ter lugar no mês de Agosto do ano em curso e o desejo profundo dos angolanos em ver a alternância política ser um facto poderá transformar-se num grande pesadelo, porquanto a hipótese da UNITA vir a ganhar não contém substância suficiente para dar corpo a este "desiderato nacional", a sociedade civil que há muito deixou de fazer o seu papel, perdeu a coerência, continua idolatrando figuras como o "Nagrelha dos Lambas" e alguns "Morimbondos", está cheia de activistas vendidos ao regime, e por consequência não consegue promover nenhum movimento social de forma contínua e de grande envergadura, que seria a "única" ferramenta eficaz e capaz de tirar o MPLA do poder.



Verdade seja dita, Angola ainda não está preparada para a alternância do poder que tanto almejamos, porquanto não dispõe de partidos políticos capazes de contrapor às artimanhas do partido-estado e uma sociedade civil responsável, quando, à olhos nus, observamos, pávidos e permissíveis, os actos de uma fraude premeditada do regime déspota do MPLA.


Resta-nos apenas aguardar por um milagre ou uma mudança radical de comportamento dos partidos da oposição, a criação dum plano b, sendo que, por via de eleições será impossível derrubar o regime que tem do seu lado a CNE, e uma sociedade civil completamente transformada, se quisermos de facto quebrar a "maldição das eleições" que perdura há várias décadas, e assim celebrarmos todos o início de uma nova Angola aonde cada angolano terá o seu lugar.

Gaspar Kakhota