Luanda - A presidente da Comissão de Carteira e Ética (CCE), Luísa Rogério, afirmou, no início desta semana, à margem do seminário de esclarecimento sobre o processo eleitoral dirigido aos profissionais de comunicação social pelo Tribunal Constitucional, que o “jornalista deve lealdade, sobretudo, ao público (leitor, rádio-ouvinte ou telespectador) e não propriamente à entidade patronal do órgão a que pertence”.

Fonte: Istoenoticia

Ao debruçar-se sobre a Lei de Imprensa, Ética e Deontologia do profissional da Comunicação Social no contexto do processo eleitoral, durante o seminário promovido pelo Tribunal Constitucional (TC), Luísa Rogério vincou que “o compromisso do jornalista é com a verdade, isenção e imparcialidade”, tendo aconselhado os profissionais a pautarem por uma conduta ética e deontológica.

 

“O jornalista deve ser um profissional comprometido com a verdade, abstendo-se de tomar partido diante dos factos. É preciso abraçar a ética e a deontologia profissional, para sermos dignos do título de jornalista”, defendeu a responsável.

 

Apelou ainda à classe a obter a carteira profissional, porque, segundo defendeu, só assim serão considerados “jornalistas legais” para exercerem as suas funções.

 

“Só é jornalista quem for portador de um título de habilitação profissional, uma medida válida para profissionais nacionais, estrangeiros e, também, para estagiários. É preciso separar o trigo do joio”, frisou.

Eleições gerais em Angola

Quanto às eleições de Agosto próximo, Luísa Rogério considerou o processo a nível da pré-campanha “bem mais complicado”, por entender que, nesta altura, é bem mais notório o nível de parcialidade na cobertura dos eventos promovidos pelos partidos políticos, sobretudo pela imprensa pública, o que, segundo a mesma, “fere o princípio da constitucionalidade”.

 

“Há muita gente disfarçada nas redacções, e muitos comissários políticos”, afirmou Luísa Rogério, apelando à responsabilização disciplinar que deve ser aplicada aos profissionais que não se posicionam como determina o estatuto e o código deontológico do jornalista.

 

“Temos de ter a certeza de que esse processo será coberto por jornalistas em condições de o serem, e que possam ser responsabilizados, pelo menos, do ponto de vista disciplinar”, sublinhou a presidente da Comissão da Carteira e Ética.