Luanda - A democracia é uma forma de regime político que, de uma maneira ou de outra, permite a participação dos cidadãos. Mas, como não é fácil praticar a democracia, há muita insatisfação nas pessoas que vivem em regimes democráticos e há governantes que manipulam o sistema e criam uma verdadeira democracia de fachada. É exactamente isso que acontece em Angola e em muitas partes do Mundo.

Fonte: Club-k.net

Na democracia de fachada à moda angolana, o que conta é haver partidos políticos ainda que esses partidos não tenham um verdadeiro espaço para a sua acção. É um multipartidarismo nominal.


Na democracia de fachada à moda angolana, o poder não dialoga com a oposição e os dois caminham de costas voltadas por meses e meses. Basta ver o esforço que João Lourenço tem de fazer para falar com ACJ. E a promessa do Cunene não poderia ser mais ilustrativa: “Temos de vos dar um KO para nunca mais se levantarem!” Ou seja: “vocês são um grande incómodo!” Kkkkkkk.


Na democracia de fachada a moda angolana, a imprensa pública funciona como nos regimes de partido único. É como quem diz: queriam muitos partidos, não é? Agora fiquem aí quietinhos! Kkkkkkk. Aquele jornalista da RNA – que até agora não foi desmentido pela sua chefia – disse tudo. Não disse?


Na democracia de fachada à moda angolana, o partido do regime força os funcionários públicos a irem aos seus comícios. E feitos carneiros… eles vão disciplinadamente! Vergonha na cara? Alguma vez os chefes dos regimes ditatoriais tiveram alguma vergonha na cara?


Na democracia de fachada à moda angolana, a lei das sondagens é uma verdadeira lei contra as sondagens. Sondagens proibidas em tempo de campanha eleitoral e as sondagens à boca das urnas são consideradas perigosas, por isso não são aceites. Quem quer ter a ousadia de conhecer a intenção de voto dos eleitores? É que nessa democracia de fachada, alguém tem de fazer o papel de polícia da tal democracia!


Na democracia de fachada à moda angolana, a independência da Comissão Nacional Eleitoral (CNE) é só uma coisa para inglês ver. Pouco importa se o Presidente da CNE tem pouca credibilidade por ser uma figura posta em causa. Afinal, não é para dizer aos cidadãos que nessa democracia há gente acima da lei?


Na democracia de fachada à moda angolana, é um acto importante para o aprofundamento da democracia a inauguração do edifício da CNE. Que se vai fazer com esse edifício para se credibilizar a democracia? Pouco importa! Mesmo se no fim for essa sede for uma espécie de gaiola dourada onde a democracia vai ficar aprisionada! Santa miséria!


Meus amigos, a democracia é uma forma de revolução, mas só pode praticar verdadeiramente a democracia quem for democrata. O antigo Presidente José Eduardo dos Santos tinha dito uma verdade indesmentível: “a democracia nos foi imposta!” pois claro, se lhes foi imposta como poderíamos esperar uma democracia que não fosse a de fachada? Pena é que, publicamente, muita gente que anda por aí não subscreva essa verdade de JES. De facto, não precisam. Pelos seus actos sabemos o valor que dão à democracia.


As pessoas têm de perceber que a continuação da democracia de fachada que o MPLA impõe ao país põe em risco o futuro dos angolanos. É por isso que, em Agosto, temos de dar o nosso voto à ACJ e à UNITA, no quadro do programa da Frente Patriótica Unida. É preciso darmos uma oportunidade para se acabar com a presente estagnação em que se encontra a vida política angolana. É preciso acabar com a democracia de fachada que nos está a ser servida pelo partido no poder.

Viva Angola!