Luanda - Bela Malaquias insiste que a sua formação política, Partido Humanista de Angola (PHA), recentemente legalizada pelo Tribunal Constitucional, vai vencer as eleições gerais aprazadas para 24 de Agosto próximo. A antiga militante da UNITA e administradora da RNA desqualifica aqueles que entendem que o seu projecto político não passa de uma extensão do MPLA na oposição.


Fonte: NJ

A melhoria do sistema de ensino e saúde é o principal eixo apresentado pelo Partido Humanista Angolano (PHA). Caso o seu partido vença as eleições gerais de Agosto de 2022, o que vai acontecer com estes dois sectores importantes para o desenvolvimento de qualquer sociedade?
Agradeço a iniciativa de virem conversar comigo. Já ouço a imprensa referir que a educação e a saúde são os pilares da nossa proposta para a melhoria da sociedade, mas o que acontece é que, de um vasto discurso, alguém entendeu eleger esses dois pontos, contudo a nossa proposta não se resume a estes dois pontos. Nós capularisamos por tudo aquilo que são as preocupações sociais, o que socialmente é deficitário, assim sendo, além da educação e da saúde, temos o trabalho que eu não gosto de chamar emprego, prefiro dizer trabalho, porque são coisas diferentes. O emprego é para enriquecer o empregador, já o trabalho é para criar prosperidade. Temos, também, a questão da protecção social das crianças e dos idosos.


Tendo de elencar os principais, quais a senhora elegeria?
Não elenco nenhum como principal, ponho todos no mesmo plano, porque, quando se trata da humanização da sociedade, nenhum desses aspectos fica acima do outro, pois eles se conjugam, e todos eles combinados proporcionam a humanização da sociedade. Não se pode falar de saúde sem falar da educação, não se pode falar de saúde ou educação sem se falar de trabalho. Não se pode falar da protecção da criança e do idoso sem se falar da economia. Está tudo interlançado, a sociedade é um todo.


No actual contexto, há condições para o PHA vencer as eleições gerais?
Haver condições, há.


O seu partido tem sustentabilidade para vencer as eleições?
Quando fala de sustentabilidade está a falar de quê? O nosso objectivo é vencer as eleições gerais. Ninguém vai para um pleito para perder ou determinar para si o segundo, terceiro ou quarto lugar. A intenção é vencermos as eleições para podermos implementar o programa, que é de humanização da sociedade.


De há um tempo a esta parte, tem-se notado o surgimento de projectos políticos criados por pessoas de destaque, provenientes da UNITA, como é o seu caso, com o PHA, o PRA - JA Servir Angola, de Abel Chivukuvuku, o P-NJANGO, de Dinho Chingunji, e o Esperança, de Mfuca Muzemba. Há uma explicação?
Sobre isso, nada tenho a dizer, porque não sou daquelas [pessoas] que ficam a querer saber o que se passa com terceiros. Tenho um projecto, pensei no projecto profundamente, contactei pessoas que se reviram nele e criámos o partido. Agora, aquilo que se passa com terceiros não é da minha competência nem da minha responsabilidade.


Disse que quem parte para as eleições é para ganhar, não para perder. Sendo que o seu partido foi legalizado pelo Tribunal Constitucional (TC) perto do pleito eleitoral, ainda assim acredita que há condições para vencer, tendo em conta o tempo?
Há condições para vencermos as eleições. É aquilo que já disse, não nos comparamos com os outros partidos e não perdemos energia a ver o que se passa noutros partidos. Nós somos nós, confiamos em nós e estamos a trabalhar para atingir aquilo a que nos propusemos. Não é, à partida, que vamos desistir, senão não teria valido a pena chegar onde chegamos. Se o TC legalizou na data que eles entenderam que seria mais razoável, vamos conformar-nos com isso e vamos trabalhar para superar esse atraso que levamos, porque é um atraso. O que se pode fazer para superar esse atraso é redobrar os esforços, trabalhar numa velocidade maior para podermos realizar a nossa pretensão.


A senhora acredita mesmo que o PHA vence as eleições gerais de Agosto?
Acredito, sim.


Vou insistir na mesma questão, há condições para o PHA vencer as eleições de 2022?
Há condições. Há condições para vencermos as eleições, porque, desde que fomos legalizados, temos tido uma avalanche de adesão de que nem eu própria estava à espera.


Quem é o principal adversário político do PHA nas eleições de 2022?
O PHA não tem adversários políticos. Nós trazemos aos cidadãos uma proposta, esta proposta é contrária àquelas que não têm respondido os anseios dos cidadãos. Eu penso assim, quando se vem para um pleito eleitoral não é forçoso que se esteja em luta contra. Entendo que ir para um pleito eleitoral não é estar contra A ou B, mas, sim, estar por um projecto. No nosso caso, vamos pelo nosso projecto, até vamos ignorar que o resto exista. Não estamos aqui para litigar ou contender com A ou B, porque disso já estamos cansados.