Luanda - Ouvimos na semana finda dizeres como "MPLA garate trabalho para construção de uma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva".

Fonte: Club-k.net

Tais ditos foram tirados do rodapé de uma das estações televisivas à margem da abertura da pré campanha eleitoral que teve lugar na província da Huila em que assumiu-se como orador (a) a vice presidente do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA -, partido que governa desde a fundação de Angola enquanto nação, a 11 de Novembro de 1975, cuja consequência traduziu-se na falta dos elementos supra mencionados - desenvolvimento, democracia e inclusão - os quais constituem hoje premissas do partido no poder a mais 45 anos de governação com efeitos nefástos à vida social em todas dimensões.

 

Como se pode aferir, o partido no poder vem mais uma vez garantir que vai trabalhar no sentido de consolidar o desenvolvimento de Angola; trabalhar para a democratização de Angola; e por último, trabalhar para inclusão dos angolanos.


Pergunta:

1- é crivel que em 46 anos o MPLA não conseguiu promover o desenvolvimento e venha a consegui-lo agora?

2- se em 46 anos o MPLA não consolidou a democracia há de fazê-lo agora?

3- como será possível a inclusão dos angolanos, agora, quando desde 1975 o que se assistiu foi exatamente a exclusão, dando efectivamente lugar as assimetrias?

Porém, temos de reconhecer a coragem demostrada pelo MPLA por assumir publicamente que afinal em Angola o tão almejado desenvolvimento ainda não é uma realidade factual; que a democracia encontra-se atracada em alto mar; e a inclusão é, por via disso um sonho que se transma em moribunda esperança.

 

Tenha-se presente que o Governo do MPLA foi sempre contra todos os elementos que agora diz querer consolidar. Foi sempre contra a inclusão, factor que contribuiu para o massacre do 27 de maio de 1977, altura em que, vários militantes do próprio MPLA que viram traídos os motivos que estiveram na base da revolta que culminou com a proclamação da independência, por obserem um rumo exatamente contrário ao preconizado pelos movimentos libertadores. Pro não ser democrático o MPLA não aceitou vozes discordantes dentro do partido que tendiam tão somente mostrar que o país terá optado pela exclusão de nacionais em detrimento de expatriados o que terá sido tomado como traição/conspiração tendo resultado no extermínio de cerca 80.000 angolanos acusados de golpistas.

 

Com isto, da nossa parte, entendemos que trata-se apenas de uma mentira compulsiva pois, nunca o MPLA será capaz de promover tais elementos - desenvolvimento, democracia e inclusão - por não fazer parte do seu ADN. Ao MPLA interessa apenas a manutenção do poder nem que para o efeito sejam sacrificados mais uns 80.mil angolanos. Aliás, os acontecimentos do monte sumi, cafunfo, sanza pombo em tempos de Paz, são dos exemplos mais acabados. Nesta altura, ao MPLA, interessa-lhe mais algumas falácias, que como uma meretriz caçando Homens ingénuos com vista a saciar os desejos desenfreados, apenas isso e nada mais. Portanto, engana-se quem pense o contrário pois os factos falam por si.

 

O MPLA é de facto uma estrutura composta de malfeitores e mentirosos compulsivos.

 

Por: Manuel Cangundo