Luanda - A Procuradoria-Geral da República de Angola bloqueou a participação da chinesa LLI na mina de Catoca, a maior do país, indicando como fiel depositário o Instituto de Gestão de Ativos e Participações do Estado (IGAPE).

Fonte: Lusa

A notícia foi hoje avançada pelo Jornal Financial Times e confirmada pela Lusa junto de uma fonte ligada ao processo, segundo a qual a participação da Leviev International -- LLI (China), que detém 18% da sociedade mineira, foi bloqueada em 2021 e o seu controlo transferido para o IGAPE.

 

Com esta alteração, Angola, que já era maioritária no controlo acionista através da Endiama (diamantífera estatal), passou a deter 59% das ações de Catoca, cabendo os restantes 41% à gigante russa Alrosa.

 

Segundo o Financial Times, a LLI está ligada à China Sonangol que disse ao jornal não ter atualmente qualquer relação com Sam Pa, um empresário chinês próximo do antigo presidente da Sonangol e ex-vice-presidente de Angola, Manuel Vicente, apontado como intermediário em inúmeros negócios de venda do petróleo angolano, através do China International Fund.

 

Sam Pa foi preso no início de outubro de 2015 num hotel da capital chinesa, desconhecendo-se outras informações sobre o seu paradeiro desde essa data.

 

Em 2020, a PGR de Angola apreendeu os edifícios CIF Luanda One e CIF Luanda Two, localizados na capital angolana, bem como mais de mil imóveis inacabados, edifícios, estaleiros e terrenos, na urbanização Vida Pacífica (Zango Zero) e no Kilamba, no âmbito da Lei sobre o Repatriamento Coercivo e Perda Alargado de Bens e da Lei Reguladora das Revistas, Buscas e Apreensões.

 

Os imóveis estavam na posse das empresas China International Fund -- CIF, Limited (CIF Hong Kong) e China International Fund Angola -- CIF, Limitada.

 

A CIF Limited é uma empresa privada chinesa com sede em Hong Kong e escritório em Pequim, fundada em 2003, para financiar projectos de reconstrução nacional e desenvolvimento de infra-estruturas nos países em desenvolvimento, principalmente em África.

 

A agência Lusa contactou a PGR angolana para ter mais detalhes sobre o processo em curso e as razões que levaram à decisão de bloquear a participação da LLI, sem resposta até ao momento.