Luanda - Ex-membros do MPLA e alguns "revús" são os reforços da UNITA para as eleições gerais. Há quem critique o facto de os ativistas estarem em posição não elegível. Mas o Galo Negro considera inclusiva a lista da oposição.


Fonte: DW

Para além do número 1 Adalberto Costa Júnior e do número 2 Abel Chivukuvuku, que volta a concorrer às eleições pela lista da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) através da plataforma política Frente Patriótica Unida (FPU), o Galo Negro propôs para cargos de deputados à Assembleia Nacional várias figuras da sociedade civil e da política angolana.


O empresário Francisco Viana, que renunciou os mais de 50 anos de militância do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) – partido no poder, ocupa a 18.ª oposição. Na lista também constam o professor angolano de Ciências Políticas Paulo Faria, o politólogo e analista político Olívio Nkilumbo e a empresária Irina Ferreira.


Para Álvaro Chikwamanga Daniel, secretário-geral e mandatário da UNITA, a candidatura apresentada pelo Tribunal Constitucional poderá refletir a vitória da oposição em agosto.


"Esta é uma candidatura de vitória, uma candidatura de inclusão, nela refletimos a vontade congregada dos angolanos operarem alternância", avalia.


Várias figuras conhecidas da UNITA deixaram o lugar no Parlamento angolano para dar espaço à juventude


Lista inclusiva?

Chikwamanga diz que a lista de candidatura demonstra uma certa transição de geração no partido dos maninhos. Por exemplo, o ex-presidente da UNITA, Isaías Samakuva, o político Lukamba Paulo Gato e outras figuras de renome preferiram deixar o lugar no Parlamento para dar espaço à juventude.


Já o jornalista José Gama diz que na lista da UNITA faltou a inclusão das mulheres, "faltou mais em termo de inclusão social".


"A UNITA, se compararmos com as listas à do MPLA, não preencheu os 36% das quotas para as mulheres. Há uma quota universal que não se encontra, porque nem sequer conseguiram (atingir) os 30%. Ao nível do círculo nacional sobre aquilo que circula, são cerca de 26%. Portanto, a UNITA neste aspeto poderia ter feito mais", considera Gama.


"Faltou a inclusão de mais pessoas portadoras de deficiência física e algumas pessoas portadoras de albinismo", continua José Gama.


"Temos o caso do deputado Manuel Savihemba, que está no Parlamento desde 1992, mas, mesmo assim, a lista não traz renovação neste aspeto. E Savihemba está numa posição de suplente que garantidamente não poderá fazer parte da casa das leis", sublinha o jornalista angolano alertando que "seria necessário que as minorias estivessem nestas listas para serem elas próprias estarem no Parlamento para debater questões que só elas próprias entendem.