Luanda - A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) angolana decidiu hoje não implementar o voto antecipado para as eleições gerais de 24 de agosto próximo, devido aos "desafios logísticos que o mesmo impõe e o "tempo escasso" para a sua materialização.

Fonte: Lusa

A decisão foi aprovada durante a 9.ª sessão plenária extraordinária da CNE, realizada hoje, na sede daquele órgão, em Luanda, “após uma apreciação exaustiva do regulamento do voto antecipado”.

 

“Os membros do plenário constataram a sua importância (do voto antecipado), porque está previsto da Constituição, entretanto a sua implementação impõe desafios bastantes em termos da sua organização logística, bem como em termos de um recurso bastante escasso que é o tempo”, afirmou hoje o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, em declarações aos jornalistas.

 

“Foi assim que o plenário deliberou em não implementar o voto antecipado para estas eleições gerais de 24 de agosto”, salientou.

 

Lucas Quilundo explicou, quando questionado pelos jornalistas, não se tratar de um recuo “na medida em que não tinha havido antes uma decisão sobre o voto antecipado, a decisão não foi tomada antes, foi tomada agora e por isso não há aqui qualquer recuo”.

 

“Em momento algum a CNE anunciou que iria realizar o voto antecipado, mas estava a criar condições, por isso organizou o seminário internacional para colher experiências e ver se era viável realizar ou não o voto antecipado”, argumentou.

 

As eleições “devem ocorrer com base em cadernos eleitorais, esses cadernos são feitos com base no mapeamento das assembleias de voto, o mapeamento das assembleias deve ser concluído e encerrado até 45 dias antes da data marcada da realização das eleições, isto para a eleição normal”, apontou.

 

“Se a lei estabelece que o voto antecipado deve decorrer entre o 15.º e o 10.º dia marcado para as eleições, implica que todo o processo conducente à sua materialização também teria de ser antecipado e daí percebe-se que pelas razões e desafios que ele coloca não era viável realizar a votação antecipada”, frisou Lucas Quilundo.

 

O plenário da CNE abordou também a observação eleitoral e apreciou a informação sobre o início do processo de recrutamento dos membros das assembleias de voto.

 

As eleições gerais em Angola, as quintas na história política do país, estão convocadas para 24 de agosto próximo.

 

O escrutínio vai eleger o Presidente da República, que será o cabeça de lista do partido político ou da coligação de partido mais votado, e os deputados à Assembleia Nacional (parlamento).