Luanda - A segurança dos recursos mineiras é fundamental para construção e garantia de um futuro sustentável de qualquer nação ou Estado e sobretudo aqueles que são considerados minerais críticos, por causa da sua alta relevância indústrial.

Fonte: Club-k.net

O nível de desenvolvimento alcançado pela República Popular da China até aos dias de hoje, em parte deve-se pela sua estratégia de desenvolvimento da sua indústria de mineração. Para tal era necessária a exploração de recursos minerais que visassem a satisfação das necessidades dos mercados tanto doméstico como internacional.


A estratégia chinesa (2 recursos 2 mercados) surge pontualmente no início da década de 80 do século XX, distinguindo os recursos mineiras internos e externos, mercados internos e externos. De acordo com esta estratégia o mercado doméstico chinês deve ser relativamente protegido, ao passo que o mercado global ou externo deve ser penetrado e os recursos desviados para China de modos a ganharem vantagens competitiva.


Assim, sendo, a China procura liderar o mercado global e a cadeia de suprimentos protegendo os seus recursos minerais criando aquilo que o académico Yao Guimei chama de sistema de garantia de abastecimento de recursos minerais.


Com uma estratégia de corrida para fora e depois atrair para o interior, o continente africano entra na agenda do PCC como palco perfeito para materialização desta mesma estratégia tendo em conta as riquezas inimagináveis deste continente.


Através de um investimento dirigido pelo governo chinês, as empresas passaram actuar agressivamente no sector minério em África, o governo chinês passou a emprestar dinheiro aos países africanos com a finalidade de:


• Recursos minerais em troca;
• Controlar os recursos minerais;
• Exercer influência sobre o desenvolvimento da indústria africana;
• Conseguir direitos de mineração que permitem as empresas chinesas explorarem recursos minerais nestes países.
• Investir no sector de infra-estrutura de transportes para influenciar a circulação dos bens produzidos em África

Angola é potencialmente rica em recursos minerais e pudemos encontrar no seu solo e subsolo cobre, metais nobre, metais ferrosos, minerais não ferrosos, níquel, terras e metais e muitos outros. Quando olhamos para estudos e informações disponíveis sobre este sector, há quase pouca informação produzida por angolanos nos últimos tempos. Todavia, os relatórios produzidos durante a era colonial podem servir de base para estudos.


A insuficiência de informação sobre o potencial angolano em termos de recursos minerais abriu uma oportunidade para o governo chinês e as suas empresas entrarem neste sector como parceiros estratégicos de Angola. Porque durante o processo de reconstrução nacional os chineses aperceberam-se do grande potencial geológico angolano e acreditamos que foi tempo suficiente para mapear onde estão representados os jazigos, ocorrências minerais, índices de mineralização e inclusive áreas com valor não esclarecido.


É no PLANAGEO (Plano Nacional de Geologia) onde encontram mais uma oportunidade para fortalecer esta parceria. A empresa Chinesa CITIC foi a construtora do Instituto Geológico de Angola e do seu laboratório e também alguns técnicos foram formados na China.


Portanto, é preciso que Angola esteja estrategicamente preparada para contrapor essa estratégia chinesa e procurar manter o equilíbrio entre a necessidade de diversificação da economia e os riscos de exploração desenfreada dos recursos minerais.

Atendendo a importância dos minerais críticos para indústria tecnológica é fundamental desenvolver estratégias que visam garantir a segurança evitando assim o contrabando dos mesmos e potenciar a indústria angolana,