Luanda - Em Angola, inicia-se às campanhas eleitorais rumo às eleições de Agosto próximo. Partidos políticos e coligações de partidos políticos, vergam-se no país em busca de eleitores para votarem nos seus programas de governação. Num universo de aproximadamente 33 milhões de habitantes, 14 milhões de eleitores encontram-se aptos para exercerem o direito de voto, direito este salvaguardado pela constituição da república.

Fonte: Club-k.net

Pela diversidade cultural, territorial, académica, social e económica, urge a necessidade da nossa parte fazer uma apreciação endógena e exógena da qualidade do pleito eleitoral aprazado nos dias 24 de Agosto de 2022.

 

Os dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram-nos que pela primeira vez na história de Angola, há um fluxo populacional de habitantes em zonas urbanas e o nível de escolaridade deste é acentuado e poucos habitantes em zonas rurais e com nível de conhecimento, linguístico, escolaridade, cultural baixo comparado a outra franja da sociedade, o que suscita a nossa reflexão.

 

Às sondagens recentemente realizadas por várias entidades, com mais destaque à ANGOBARÔMETRO, mostrou-nos claramente a qualidade do voto que temos. Em zonas urbanas, o voto é ou era maioritariamente consciente e equilibrado, enquanto que em zonas rurais, o voto é ou era por tradição/cultural de cada formação política. Afinal qual é a importância do voto não consciente?

 

Os factos e um pouco de bom senso provam-nos, que este será o voto mais difícil e importante a ter por duas razões que descrevemos:

 

Por pertencer à uma franja da sociedade cuja literacia ainda é baixa;

Por votarem por pessoas/cor partidária.

 

Nestas duas características, acima aludidas, é onde incide a vitória ou derrota de uma ou de outra formação política deste pleito. Assim, entendemos que em zona urbana, a definição do voto far-se-á com um certo equilíbrio e constituirá num resultado que mostrará a necessidade, se de facto há vontade de alternância política no país ou há necessidade de continuar na mesmice face ao partido governante.

 

A par disso, a zona rural, os entes políticos envolvidos nesta empreitada eleitoral, devem trabalhar no sentido de inverterem essas duas características intrínsecas à essa zona pois entendemos que não faz mais sentido votarmos por pessoas/cor partidária, mas sim em programas de governação que ditarão na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos das várias franjas societária. Recomendamos à divulgação dos programas em línguas nacionais, e a transmissão das ideias dos partidos políticos in loco nas regiões mais recônditas, primeiro para fazer perceber que apesar da distância que existe entre o palácio e a sua terra, quem lá estará, sabe da sua existência, segundo, transmitir-lhe pessoalmente a mensagem do seu plano de governação. Agindo assim, entendemos que quebraremos este padrão de voto vicioso e quem vencer, vencerá com o devido mérito, UM BEM HAJA às eleições e a DEMOCRACIA.