Luanda - “Um político pensa na próxima eleição; um estadista na próxima geração”. James Freeman Clarke

Fonte: Club-k.net

A campanha eleitoral arrancou dia 24 do corrente mês com oito propostas partidárias. O nosso sistema de eleição do Presidente da República está ancorado nas listas das formações partidárias.


Não é aqui a sede própria para problematizar o mérito ou demérito da polémica solução - faremos noutro lugar.


Felizmente, dos oito rostos que ilustram os boletins de votos do processo eleitoral em curso temos um de uma mulher.

Mas a questão que não se cala é a de saber se os candidatos actuais à Presidência da República possuem o perfil “ideal” para o efeito.

Não há uma cartilha universal nem nacional, tão pouco encontramos manuais válidos de instituições para observar, mas das pesquisas que fizemos podemos ensaiar um elenco de requisitos para formar um hipotético perfil “ideal” para o presidente angolano.

Há dois pressuposto que estão na base da abordagem deste tema.
Um de ordem legal e outro de ordem doutrinária.

Sob o ponto de vista legal, fora das regras gerais que devem observar os servidores públicos, consubstanciado num registo criminal “incólume”, o Presidente da República deve obedecer os preceitos constitucionais onde destacam-se os seguintes requisitos: a nacionalidade angolana de origem; a não existência de outra nacionalidade; residência habitual no país em pelo menos 10 anos e a polémica solução de ser o cabeça de lista de um partido político ou de uma coligação de partidos.

O Segundo pressuposto é de ordem doutrinária. Aqui valem o que dizem os especialistas na área. Para além das virtudes morais usuais que deve ter um servidor público, tais como: humildade, honestidade, convicção, verticalidade, coragem, responsabilidade imparcialidade, altruísmo, brio, etc, podemos destacar ainda os seguintes requisitos:

a) Defensor de causas nobres - o Presidente Angolano deve ser um indivíduo de causas humanas e não partidárias. Já é altura de termos um presidente de elevação. Alguém que saia das discussões sectárias para defender a dignidade da pessoa humana.

b) Visionário - o Presidente angolano deve ser capaz de ver para lá dos ciclos eleitorais e mergulhar nos interesses das gerações que lidera - todas, sem excepção. O Estadista angolano deve inovar nas linhas de orientação e concretizar os objectivos.

c) Poder de oratória — o Presidente angolano deve ter uma capacidade de retórica flexível. Deve ser capaz de levar a mensagem em todas as sensibilidades do país.

Poder de dialogar — o Presidente angolano deve ser aberto ao diálogo. Alguém capaz de receber todas as forças vivas numa presidência aberta sem restrições.
Deve debater com os adversários políticos nas campanhas eleitorais.
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Panafricanista — o Presidente angolano deve ser sensível às questões culturais africanas. Deve ser um intelectual pandetista que combina a racionalidade helénica e o pensamento filósofo africano.

Não é ainda um recorte acabado do ideal de presidência angolana, talvez não exista, como todo produto humano, nunca é acabad. Mas o “modelo” sugerido é, salvo melhor opinião, uma versão melhorada do presente.


Mas como disse Ludwig Von Miises “ os piores males que a humanidade já teve de suportar foram infligidos por maus governos”. Nós dizemos “já merecemos bons governos”!