Lisboa - A retirada da urna do avião contendo o corpo de José Eduardo dos Santos, por parte de trabalhadores dos aeroporto, no lugar de uma guarda de honra, a que o malogrado tem direito devido ao seu estatuto de militar e estadista, está a criar indignação em meios políticos em Angola. A nível do regime, o “lapso” está ser justificado de que a “guarda de honra” apenas funciona entre as 8h – 18h justificando a ausência deste corpo militar afecto as FAA. A aeronave que transportou a urna do antigo Presidente da República, chegou a Luanda por volta das 19h.

Fonte: Club-k.net

José Eduardo dos Santos, que governou Angola entre o período de 1979 a 2017, acumulou estatuariamente as funções com as de Comandante-em-Chefe das Forças Armadas Angolanas. É nesta qualidade que tem direito a um funeral de Estado, e como general reformado de três estrelas é-lhe igualmente reservado o direito da guarda de honra.

 

Em setembro de 1979, quando o corpo do malogrado Presidente Agostinho Neto chegou de Moscovo, foi carregado pela guarda de honra e inclusive as altas chefias do exercito (“Iko” Carreira e João Xieto), foram a porta do avião carregando a urna, em respeito ao seu antigo superior hierárquico. O mesmo sucedeu-se com antigos chefes e adjuntos de Estado maior das FAA, que faleceram no exterior como João de Matos, Agostinho “Sanjar” Nelumba, Arlindo Chenda Pena e outros.

 

A ausência de guardas de honras para transportar a urna de JES, está a ser, em círculos militares, atribuída a descuidos de generais da linha de Francisco Furtado, da Casa Militar, e Antônio Santos “Disciplina”.

 

Segundo justificação numa mensagem atribuída as autoridades angolanas "O Dr Antônio Agostinho Neto morreu no exercício da função de Presidente da República e Comandante em chefe das FAA e os seus restos mortais chegaram ao país em plena Luz do dia"


"As entidades militares que estiveram no aeroporto na chegada dos seus restos mortais a recepção e o transporte da sua urna foi efetuada pelos Comandantes de coluna das FAPLA, obedecendo a hierarquia da cadeia de comando militar", lê-se na mensagem acrescentando que "ao abrigo das normas e do regulamento de cerimônias e honras militares, não se executam honras militares após o por do sol ou seja, depois das 18 horas cerimônias de honras militares, nem ao Presidente da República em exercício do cargo. Assim é que está regulamentado nas normas e cerimônias protocolares das FAA."

 

O regime garante que "o  malogrado ex-Presidente da República José Eduardo dos Santos terá um funeral de Estado, digno conforme estabelecem as norma"