Lisboa - O Supremo Tribunal do Quénia confirmou esta segunda-feira a vitória do atual vice-presidente, William Ruto, nas eleições presidenciais de 9 de agosto sobre Raila Odinga, uma figura histórica na política queniana, que recorreu por alegada fraude eleitoral.

Fonte: Lusa

Esta é uma decisão unânime. Os recursos são rejeitados. Em consequência, declaramos o primeiro respondente (William Ruto) eleito Presidente”, disse a juíza presidente do Supremo Tribunal queniano, Martha Koome.


Nos termos da Constituição do país, Ruto deve prestar juramento no próximo dia 13 de setembro e tornar-se, aos 55 anos, o quinto Presidente do Quénia desde a independência do país, em 1963.

 

Ruto e Odinga prometeram nos últimos dias respeitar a decisão do mais alto tribunal queniano, reputado como independente.

O vice-presidente em exercício, William Ruto, foi declarado vencedor de uma das eleições mais renhidas da história do Quénia no passado dia 15 de agosto, com uma vantagem de cerca de 233.000 votos (50,49% contra 48,85%) sobre Raila Odinga, com 77 anos.

Para Odinga, a decisão esta segunda-feira anunciada pelo Supremo confirma a sua quinta derrota no mesmo número de candidaturas presidenciais.

Esta figura histórica da oposição, apoiada este ano pelo Presidente cessante, Uhuru Kenyatta, e pelo seu poderoso partido, contestou os resultados nas últimas três eleições presidenciais em que concorreu, e em 2017 viu o tribunal dar-lhe razão, garantindo a sua anulação, algo que aconteceu pela primeira vez em África.

Desta vez, Odinga caracterizou a nova batalha jurídica como “uma luta pela democracia e boa governação” contra os “cartéis da corrupção”.

 

As presidenciais quenianas decorreram pacificamente a 9 de agosto, mas o anúncio dos resultados foi caótico, com quatro dos sete membros da comissão eleitoral (IEBC, na sigla em inglês) a distanciaram-se dos resultados, acusando o líder do organismo, Wafula Chebukati, de estar envolvido num processo “opaco”.

O anúncio da eleição de Ruto desencadeou, então, a contestação entre os apoiantes de Odinga.

As eleições no Quénia têm sido fonte de violência por várias vezes, a mais mortal das quais, em 2007, fez mais de 1.100 mortos e centenas de milhares de deslocados internos.